Manuela Ferraro
A sigla CLT, referente à Consolidação das Leis do Trabalho, se tornou xingamento na boca de crianças e adolescentes. É o que dizem pais e internautas, incrédulos, nas redes sociais.
Segundo as publicações, o termo para emprego com carteira assinada é agora usado como sinônimo de alguém pobre, fracassado, que ganha mal, trabalha em jornadas extenuantes e que precisa, pejorativamente, se submeter a um patrão.
A influenciadora Fabi Bubu, que mostra no TikTok a rotina com a filha adolescente, perguntou à garota o que ela entendia como CLT e qual seria a razão do medo. “Andar de ônibus, muita gente, chefe, pessoa mandando”, ela respondeu.
No vídeo, que tem mais de 290 mil curtidas, a influencer defende a importância dos direitos trabalhistas, explica que alguém empregado sob a legislação não necessariamente tem um salário ruim e pede que jovens “tirem essas ideias da cabeça”.
Pais, pesquisadores e usuários têm discutido a questão nas plataformas. Muitos atribuem o comportamento à uma visão neoliberal, que estaria tomando a cabeça das crianças.
Nem todos, porém, acham que a tendência é ruim. O engenheiro Ricardo Albuquerque, por exemplo, dono do perfil @ANCAP.SU no X, que fala sobre anarcocapitalismo e libertarianismo, disse “não imaginava que um dia viveria para ver isso” e que “as pessoas intuitivamente percebem que o caminho é se afastar do Estado”.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.