Gabriel Vaquer
Aracaju
O Medialivre, grupo de comunicação de Portugal que tem Cristiano Ronaldo como um de seus maiores acionistas, é alvo de protesto em Lisboa, capital do país, por causa de um corte de dez fotojornalistas nesta quarta (30).
Os profissionais faziam parte do grupo que prestavam serviço para jornais como Correio da Manhã, o Record, Jornal de Negócios e a revista Sábado, por exemplo. O protesto aconteceu na Praça de Martim Moniz nesta quinta (1).
A manifestação foi convocada pelo Sindicado dos Jornalistas de Portugal, que divulgou uma nota na quarta (30) com estranhamentos sobre os cortes, já que a Medialivre tem bons resultados financeiros nos últimos anos.
“Anunciar um despedimento coletivo na véspera do Dia do Trabalhador, que assinala mundialmente para as conquistas laborais do passado, cada vez mais deterioradas, é inqualificável. O despedimento de jornalistas é grave o suficiente, ainda por cima num grupo que diz dar lucro”, afirma o sindicato em nota.
Cristiano Ronaldo comprou 30% de participações nas cotas societárias no Medialivre em 2024. Em março, o jogador ex-Real Madrid esteve na sede do grupo pela primeira vez. “Queria muito estar aqui, conhecer as pessoas”, afirmou.
A presença de Cristiano Ronaldo no grupo societário foi citada pelo sindicato. Para eles, não faz sentido alguém com fortuna comprar um grupo com tão pouco tempo para realizar demissões em seguida.
“O SJ está surpreendido, já que o grupo Medialivre, que tem o futebolista Cristiano Ronaldo como maior acionista, é dos poucos em Portugal que apresenta resultados financeiros positivos. Lamenta-se que Ronaldo (que a revista Forbes estima ter tido um vencimento de mais de 250 milhões de euros no ano passado) tenha comprado uma parte significativa da empresa para, a seguir, permitir que se procedam a desligamentos”, completa a nota.
