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14/05/2025

Paolla Oliveira defende o aborto como um direito das mulheres – 06/05/2025 – Ilustrada

Cristina Camargo

Paolla Oliveira defendeu, em entrevista ao Roda Viva nesta segunda-feira (5), o aborto como uma escolha da mulher.

“Eu sou a favor”, declarou à bancada de jornalistas. “Acho um grande retrocesso a gente não pensar nisso como uma possibilidade”.

A atriz, que interpreta Heleninha no remake da novela “Vale Tudo”, afirmou que sentia vergonha por não ser mãe e contou que sempre foi cobrada por isso.

“Não tenho mais vergonha da escolha nesse momento”, disse, lembrando que congelou óvulos para ter a possibilidade de decidir se terá ou não filhos.

Ela criticou as pessoas que ainda reduzem o papel da da mulher na sociedade como um corpo reprodutor.

“Já fui julgada como insensível, amarga. Eu me sentia menos mulher, menos familiar”.

Paolla chegou a ser rejeitada para uma campanha publicitária por ser considerada “menos família”.

A independência, inclusive afetiva, conquistada pelas mulheres foi celebrada pela atriz durante a entrevista.

Apesar disso, ela ainda vê muitas mulheres reproduzindo comportamentos parecidos como o da personagem Heleninha, que passa a viver em função de Ivan (Renato Goés) após se apaixonar.

“A gente não pode se abandonar. Temos várias vertentes, a vida tem uma multiplicidade de caminhos”, opinou. “Um relacionamento tem que ser uma soma, não uma devoção. Não faz sentido nenhum abandonar o que você faz, as coisas que gosta, a sua autoestima por ninguém. Se fizer isso, para mim está errado”.

A pressão estética também fez parte da conversa. Paolla falou sobre a “virada de chave” que a fez tornar-se uma mulher com voz potente contra as críticas e os patrulhamentos em relação aos corpos das mulheres.

“Eu precisei arrumar um lugar de libertação. Precisei encontrar para mim um espaço confortável para o meu corpo que já existia, para a minha grossa, para o meu braço que às vezes era chamado de uns nomes horrorosos. Aquilo me pegava de uma maneira estranha”.

Paolla disse ter compreendido que a maioria das mulheres são “empurradas para um lugar para caber, servir”.

“Eu aprendi a me gostar e a reparar em outras mulheres com outras belezas possíveis”, disse.



Fonte: Folha UOL

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