Dorival Júnior prometeu com todas as letras que o Brasil estará na final da Copa do Mundo de 2026.
Mas a realidade é de um técnico e de uma seleção brasileira que chegam mais pressionados do que nunca a esta Data Fifa.
O Brasil enfrentará as duas piores seleções das Eliminatórias da Copa do Mundo. Primeiro, enfrenta o Chile, na quinta-feira (10), em Santiago, depois tem pela frente o Peru, na terça-feira (15), em Brasília.
A Seleção entrará em campo obrigada não apenas a vencer, mas a mostrar a evolução tão prometida e que ainda não virou realidade com Dorival.
O treinador não corre risco de demissão — ao menos não até o final do ano. Há confiança da diretoria da CBF no trabalho no ciclo até a Copa.
Ao mesmo tempo, o ambiente é de cobranças sobre Dorival nos bastidores. O entendimento é de que o Brasil deveria estar jogando mais e melhor.
Dorival carrega peso que não é só dele
Dorival Júnior viu a pressão sobre seu cargo aumentar na última Data Fifa. A Seleção vem de uma vitória sem convencer por 1 a 0 sobre o Equador e de uma por 1 a 0 para o Paraguai, em Assunção.
O Brasil que sonha com a final da Copa é quinto colocado nas Eliminatórias, com apenas dez pontos.
Tem menos pontos do que o Equador, que iniciou a competição com menos três pontos após uma punição. E está a apenas um ponto à frente da Bolívia, que está fora da zona de classificação.
Mas a verdade é que Dorival paga uma conta que não é só sua na Seleção.
O diagnóstico mais preciso sobre o momento da Seleção veio das palavras do capitão Danilo na última Data Fifa.
O lateral-direito afirmou que o Brasil hoje está um “passo atrás” dos demais rivais que são desde já candidatos ao título na Copa do mundo.
E ele foi além ao dizer que a CBF “perdeu tempo” em 2023 com as sucessivas trocas de comando na Seleção até a chegada de Dorival.
— Muita instabilidade, nomes, estratégia, planos. Total renovação ou não. Perdeu-se tempo e agora estamos um passo atrás das principais potências. Nosso conjunto ainda não está bem feito. Dorival desde março alcançou um caminho de planejamento claro e bem feito. Depois da Copa do Mundo perdemos tempo e deixei isso bem claro ao presidente — Danilo.
Não é à toa que o Brasil vive seu pior início de Eliminatórias da história.
Uma campanha que começou bem antes da chegada de Dorival Júnior, ainda sob o comando de Fernando Diniz, no ano passado.
Mas a campanha vexatória, verdade seja dita, é consequência de uma série de más decisões do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, no atual ciclo da seleção brasileira.
Para além da crise institucional recente, a falta de comando só atrasou a vida da Seleção.
> As marcas negativas do Brasil nas Eliminatórias:
- derrota para o Paraguai pela primeira vez em 16 anos;
- três derrotas seguidas pela primeira vez na história das Eliminatórias;
- perdeu em casa pela primeira vez na história das Eliminatórias;
- derrota para a Colômbia pela primeira vez na história das Eliminatórias;
- derrota para o Uruguai pela primeira vez em 22 anos;
- derrota nas Eliminatórias pela primeira vez em oito anos.
Primeiro, veio o comando interino de Ramon Menezes. Depois, a contratação de Diniz à espera de um Carlo Ancelotti que nunca chegou. Um longo ano passou e foi desperdiçado, com a negativa do italiano, e só depois a efetivação de Dorival Júnior.
A Seleção teve três técnicos desde a Copa de 2022. Dois deles, mais interinos do que técnicos. E cabe a Dorival corrigir este rumo.
> Os convocados de Dorival Júnior
Goleiros:
- Bento (Al-Nassr-SAU)
- Ederson (Manchester City-ING)
- Weverton (Palmeiras)*
Defensores:
- Danilo (Juventus-ITA)
- Vanderson (Monaco)
- Abner (Lyon)
- Alex Telles (Botafogo)*
- Lucas Beraldo (PSG)*
- Fabrício Bruno (Flamengo)
- Gabriel Magalhães (Arsenal-ING)
- Marquinhos (PSG-FRA)
Meio-campistas:
- André (Wolverhampton-ING)
- Bruno Guimarães (Newcastle-ING)
- Gérson (Flamengo)
- Lucas Paquetá (West Ham-ING)
- Andreas Pereira (Fulham-ING)*
Atacantes:
- Rodrygo (Real Madrid-ESP)
- Endrick (Real Madrid-ESP)
- Igor Jesus (Botafogo)
- Gabriel Martinelli (Arsenal)
- Luiz Henrique (Botafogo)
- Raphinha (Barcelona)
- Savinho (Manchester City-ING)
A situação do Brasil nas Eliminatórias
Após a derrota para o Paraguai, o Brasil caiu uma posição, mas segue na zona de classificação para a Copa do Mundo de 2026. A Seleção ocupa a quinta colocação nas Eliminatórias, com dez pontos.
Os próximos jogos do Brasil
A Seleção só volta a campo agora na próxima Data Fifa, em outubro, quando enfrenta as duas piores seleções da Eliminatórias.
- Chile x Brasil — quinta-feira, 10 de outubro, às 21h (horário de Brasília), no Estádio Nacional de Santiago
- Brasil x Peru — terça-feira, 15 de outubro, às 21h45 (horário de Brasília), no Estádio Mané Garrincha