O ex-assessor político do senador Sérgio Petecão, que também era vice-presidente do PSD e presidente do Conselho de Ética do partido, Carlos Augusto Coêlho, afirmou no Bar do Vaz desta terça-feira, 6, que o ciclo com o parlamentar federal chegou ao fim. Ele deixou o partido horas antes da convenção que oficializou a chapa Marcus Alexandre/Marfisa Galvão. “O Petecão para mim era um irmão, um companheiro, uma pessoa da maior estima, mas chegou o final do ciclo”, enfatizou.
Questionado pelo jornalista Roberto Vaz se o motivo da sua saída do partido e do rompimento com Petecão foi a escolha de Marfisa Galvão para compor a chapa de Marcus Alexandre, ele foi enfático ao dizer que não. Segundo o consultor, sempre considerou o nome da esposa do senador o mais forte para ter a indicação. Impelido a explicar a motivação do desembarque da sigla, respondeu que foi um episódio de desrespeito de Petecão para com ele.
Coêlho afirmou que foi desrespeitado pelo senador, durante uma reunião com outros membros do grupo político, quando a agenda do parlamentar era discutida, sem, no entanto, dar maiores detalhes sobre o que de fato aconteceu. “Quando fere, a pessoa tem que tomar a decisão, foi o que eu fiz. Eu ainda pensei que ele pudesse me ligar ou mandar um áudio pedindo desculpas, mas não houve”, afirmou.
FOTO: SÉRGIO VALE
Perguntado sobre qual era a sua efetiva função como assessor político de Petecão, durante os 29 anos em que esteve ao seu lado, Coêlho disse que era o consultor político que coordenava as campanhas e definia as estratégias. “Eu mostrava o caminho da vitória. Articulava, mobilizava. Eu era o grande articulador político pensando nas vitórias do Petecão”, ressaltou.
Se Coêlho mostrava o caminho das vitórias, como afirmou, Roberto Vaz lhe questionou sobre o porquê de Petecão ter ido para uma eleição para o governo, em 2022, quando as pesquisas não o apontavam como favorito, mas com ele jurando ao eleitor que ganharia, o que as urnas não confirmaram. Ele explicou que não coordenou a campanha, mas disse que avisou.
“Mas eu alertei, não concordei. Conversando com as pessoas, eu percebi que não era o momento dele. E eu tive a oportunidade de fazer a leitura de uma pesquisa qualitativa que mostrava que não era o momento, e eu falei, mostrei para ele, mas, mesmo assim, teimou. Com uma pesquisa qualitativa não se brinca”, esclareceu o ex-conselheiro político de Petecão.
A respeito da saída também da vereadora Lene Petecão do partido, Coêlho afirmou que houve, da parte dela, o medo da composição de uma chapa fraca no PSD somado à estrutura que ela possui na base no prefeito Tião Bocalom, tendo o grupo político dela optado pelo União Brasil. Para ele, ela perde politicamente quebrando o elo com o irmão.
FOTO: SÉRGIO VALE
Sobre se Petecão traiu Bocalom ou se aconteceu o contrário, após os dois políticos seguirem caminhos diferentes após a eleição de 2022, Coêlho respondeu não acreditar que houve traição, mas que as circunstâncias da política e a perspectiva de futuro foram responsáveis pelo racha entre os dois.
“Analise bem, o Petecão e nós todos naquele momento, no PSD, abraçamos a candidatura do Bocalom [para prefeito], e naquele momento, pela força política do Petecão, eu analiso que ele foi muito responsável pela vitória. Em 2022, o Bocalom fez a parte dele, abraçou o Petecão, só que já estava numa rejeição tão alta que prejudicou o Petecão”, concluiu.
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Do AC24Horas