O escritor peruano Mario Vargas Llosa, morto neste domingo (13) aos 89 anos, em Lima, venceu o Prêmio Nobel de Literatura com uma obra que conquistou leitores muito além da América Latina. Veja abaixo cinco livros essenciais para conhecer seu trabalho.
“Conversa no Catedral” (1969)
Mais conhecido romance do peruano, este é o melhor exemplo de seu projeto utópico de romance total. Valendo-se de uma rigorosa construção formal, com mudanças vertiginosas de pontos de vista, traça um amplo painel da sociedade peruana nos anos da ditadura do general Manuel A. Odría.
“A Festa do Bode” (2000)
Outro dos célebres romances históricos do autor, o livro recria a ditadura de Rafael Trujillo na República Dominicana. Vargas Llosa entrelaça três histórias —uma vítima da ditadura, Trujillo e seu círculo no poder, e o grupo de rebeldes que planeja matar o ditador— numa tenebrosa narrativa sobre o totalitarismo.
“Os Filhotes” (1967)
Esta é uma novela sobre o amadurecimento de uma turma de garotos no Peru dos anos 1950. Um dos textos mais sofisticados do autor, alterna na mesma frase os pontos de vista (a narração coral do grupo e as vozes individuais dos meninos), monólogos e diálogos.
“A Cidade e os Cachorros” (1963)
Primeiro romance do autor, este livro reflete sua traumática experiência em um colégio militar em Lima, no começo dos anos 1950. Temas centrais do autor, como o autoritarismo e a corrupção moral, já aparecem, assim como a alternância de narradores e as fusões de tempos e espaços.
“A Guerra do Fim do Mundo” (1981)
Deslumbrado com “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, Vargas Llosa dedicou quatro anos de pesquisa, inclusive com viagens à Bahia auxiliadas pelo amigo Jorge Amado, para recriar a revolta de Canudos neste romance. É seu primeiro livro ambientado fora do Peru.
