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O presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Ilan Goldfajn, apoiou neste domingo (13) as reformas na Argentina sob o governo de Javier Milei e anunciou que a instituição prevê conceder este ano mais de US$ 3,8 bilhões em créditos ao país.
Em um artigo de opinião publicado no jornal britânico Financial Times, Goldfajn afirmou que a gestão de Milei “em apenas sete meses, conseguiu um progresso notável na restauração do tão necessário equilíbrio fiscal ao transformar um déficit primário de 2,9% do PIB no final de 2023 em um superávit de 1,5% do PIB no final de agosto deste ano“.
“Não tem sido fácil”, reconheceu, enumerando cortes drásticos nos gastos, aumento de tarifas de serviços públicos e impostos especiais.
Ainda assim, enfatizou que “continua sendo fundamental melhorar a eficiência dos gastos e redirecionar recursos para apoiar melhor os argentinos mais vulneráveis”.
“Para continuar no caminho certo, o gasto público deve ser mais eficiente e equitativo”, disse, embora tenha alertado que não basta melhorar as contas públicas.
“O objetivo final é criar oportunidades de emprego e alcançar um crescimento inclusivo duradouro”, destacou.
Goldfajn ressaltou, por outro lado, os avanços do governo de Milei para simplificar o marco regulatório a fim de atrair investimento privado e sublinhou que a Argentina é uma potência na produção de alimentos, e abriga a terceira maior reserva de lítio do mundo.
Como prova do compromisso do BID com o desenvolvimento da Argentina, Goldfajn anunciou que em 2024 a instituição prevê conceder ao país mais de US$ 2,4 bilhões em empréstimos ao setor público. E disse que o BID Invest pretende financiar mais de 20 projetos do setor privado por US$ 1,4 bilhões em agronegócios, infraestrutura, energia e mineração durante os próximos dois anos.
“Um setor público eficiente, regulamentações simplificadas, uma proteção social sólida e um setor privado que intervenha e dê um passo à frente podem criar um círculo virtuoso de estabilidade e crescimento sustentado inclusivo. O passado não precisa ser um prólogo para a Argentina”, concluiu o presidente do BID.