Silas Martí
Quem vê o remake da novela “Vale Tudo”, agora no ar, já se acostumou com as cenas em que César, personagem de Cauã Reymond, aparece bem à vontade, de sunga, sem camisa ou shorts sumários. Ele empresta seu “physique du rôle” ao cafajeste notório da trama de Gilberto Braga reciclada por Manuela Dias. Mas o ateliê do artista Daniel Lannes, em São Paulo, guarda uma visão para poucos do ator.
Reymond, que já tirou a roupa para outros artistas, como o lendário e controverso fotógrafo de moda Mario Testino, ficou pelado para um retrato de um dos pintores mais relevantes da cena atual no país, conhecido por sua visão que repassa a história política do Brasil por um filtro hedonista e cheio de cores.
Na tela, o ator parece de lado, com as mãos na frente do que pode interessar a muitos de seus fãs. A obra fazia parte de uma série de retratos, também fotográficos, feitos para o ensaio de uma revista. Reymond diz achar a pintura de Lannes linda, mas não gostou do conjunto da obra para a publicação e vetou a circulação do ensaio.
O artista plástico conta que o ator pediu que o quadro não fosse vendido até o momento —um trabalho dessas dimensões do artista pode custar até cerca de R$ 85 mil, mas, sendo o retratado um astro das novelas, a cifra pode subir.
Não é a primeira vez, aliás, que Lannes retrata Cauã Reymond. Quando o ator fez o papel de dom Pedro 1º no filme “A Viagem de Pedro”, de Laís Bodanzky, o artista o pintou vestido como o monarca a partir de uma fotografia de cena, retrato que, ao contrário do nu que nunca circulou, rodou bastante na época da divulgação do filme, há seis anos, e esteve numa mostra de Lannes no Paço Imperial, no Rio de Janeiro.
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