Eduardo Baptista
A China está considerando construir uma usina nuclear na Lua para fornecer energia à Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS) que está planejando com a Rússia, conforme mostrou uma apresentação de um alto funcionário estatal na quarta-feira (23).
A China tem como objetivo se tornar uma grande potência espacial e enviar astronautas à Lua até 2030, e sua missão Chang’e-8 visa estabelecer as bases para a construção de uma base lunar permanente tripulada.
Em uma apresentação em Xangai, o engenheiro-chefe da missão de 2028, Pei Zhaoyu, mostrou que o fornecimento de energia da base lunar também poderia se basear em grandes conjuntos de painéis solares, além de tubulações e cabos para aquecimento e eletricidade construídos na superfície lunar.
A agência espacial russa Roscosmos anunciou no ano passado planos para construir um reator nuclear na superfície da Lua com a Administração Espacial Nacional da China até 2035, a fim de fornecer energia à ILRS.
A inclusão da unidade de energia nuclear na apresentação de um funcionário espacial chinês para representantes dos 17 países e organizações internacionais que compõem a ILRS sugere que Pequim apoia a ideia, embora nunca a tenha anunciado formalmente.
O cronograma da China para construir um posto avançado no polo sul da Lua coincide com o programa Artemis da Nasa, mais ambicioso e avançado, que visa levar astronautas americanos de volta à superfície lunar em dezembro de 2025.
Wu Weiren, acadêmico da Academia Chinesa de Engenharia e designer-chefe do Projeto Chinês de Exploração Lunar, disse no ano passado que um “modelo básico” da ILRS, tendo o polo sul da Lua como núcleo, seria construído até 2035.
Os lançamentos da sonda lunar Chang’e fazem parte da fase de construção do “modelo básico” descrito por Wu.
No futuro, a China criará o “Projeto 555”, convidando 50 países, 500 instituições internacionais de pesquisa científica e 5.000 pesquisadores estrangeiros para se juntarem à ILRS.