Redação
Redação Juruá Online
Em meio ao alerta constante sobre as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, lançou nesta semana uma nova etapa de ações educativas e preventivas, voltadas especialmente para as instituições de ensino do município. A iniciativa conta com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde do Acre (Sesacre) e da Secretaria Estadual de Educação.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Marcelo Siqueira, a mobilização busca reforçar o trabalho de combate ao mosquito transmissor não só da dengue, mas também de outras doenças. “Recentemente, registramos seis casos de febre de Mayaro aqui na cidade, que também é transmitida pelo Aedes aegypti. É preciso unir a sociedade nessa luta, porque 70% dos focos do mosquito estão dentro das casas, em reservatórios de água limpa que usamos no dia a dia”, alertou.
Marcelo destacou ainda que, apesar de Cruzeiro do Sul ter conseguido conter o avanço da dengue, que ameaçava se tornar uma epidemia no início do ano, o município precisa manter a vigilância. “Agora, com a chegada do período de estiagem, é o momento ideal para intensificar as ações e reduzir ainda mais os criadouros”, acrescentou.
Mobilização nas escolas
A campanha conta com a participação ativa da Secretaria Estadual de Educação. De acordo com Aderlan Gomes, coordenador geral da SEE em Cruzeiro do Sul, o projeto terá foco especial nas crianças do 4º ano do ensino fundamental. “Esses alunos receberão informações em sala de aula e serão multiplicadores desse conhecimento dentro de casa e junto às suas famílias. A intenção é que a conscientização chegue a toda a sociedade a partir das nossas escolas”, explicou.
Projeto ‘Todos Contra o Aedes aegypti’
A ação também integra o projeto Todos Contra o Aedes aegypti, promovido pelo Instituto Sapin, com fomento do Ministério da Saúde e execução nos municípios do Acre. De acordo com Danielle Freitas, coordenadora do Instituto, o projeto é uma estratégia de comunicação, educação e saúde que inclui formação de professores e alunos, gincanas, concursos culturais e premiações.
“A expectativa é capacitar mais de 600 professores e cerca de 15 mil alunos da rede pública nos dez municípios acreanos onde a iniciativa será implantada. As crianças do 3º e 4º ano receberão materiais didáticos e carteirinhas de ‘Combatente Mirim’. Elas serão nossas agentes infiltradas dentro das famílias, levando informação e incentivando as ações de combate aos focos do mosquito”, explicou Danielle.
A proposta também envolve o levantamento dos índices de infestação por meio do Levantamento de Índices Rápidos do Aedes aegypti (LIRAa), que será aplicado no início e no fim do projeto para medir o impacto das ações. A previsão é que os resultados sejam apresentados em novembro.
“Esse é um vetor que já está no Brasil há mais de duas décadas e, infelizmente, ainda não conseguimos vencê-lo. Agora, estamos apostando na força da educação, da conscientização e da mobilização comunitária para mudar essa realidade”, concluiu Danielle.
