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04/02/2025

Brasil soma 6,8 mil mortes por câncer anal em 10 anos – 04/02/2025 – Equilíbrio e Saúde

Raíssa Basílio

Nos últimos dez anos, o Brasil registrou 38.196 internações devido ao câncer de ânus e canal anal, segundo os dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde (SIH/SUS), levantados pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia. Durante o período de 2015 a 2023, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) contabilizou 6.814 mortes causadas por este tipo de câncer.

O cirurgião digestivo e membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia Lucas de Araújo Horcel destaca que, embora o câncer anal tenha uma incidência menor do que outros tumores, como os de cólon e reto, ele requer atenção especial devido às suas características únicas e aos métodos específicos de tratamento.

O câncer anal frequentemente está ligado à infecção pelo HPV, um vírus de alta transmissibilidade que pode permanecer assintomático por anos. Fatores de risco para essa doença incluem baixa imunidade, como em pacientes com HIV, prática de sexo anal, tabagismo, histórico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), e múltiplos parceiros sexuais.

“Uma das principais medidas de prevenção é informar a população sobre a prevalência do HPV, que apesar de não ser frequente, é extremamente comum em diversas idades”, afirma Horcel. A manifestação do vírus pode ocorrer através de verrugas na região genital, mas muitas vezes não apresenta sintomas, facilitando a transmissão.

Horcel aponta que as campanhas devem focar nos fatores de risco, como relações sexuais não protegidas e o simples contato com regiões potencialmente contaminadas, que podem transmitir o vírus. A adesão à vacinação pode prevenir a doença, e indivíduos em risco devem realizar exames proctológicos anuais para detectar e tratar possíveis lesões precoces.

O levantamento da SIH/SUS também mostra que o maior o número de óbitos por esse tipo de neoplasia maligna ocorreu nas cidades de São Paulo (1.637 mortes), Rio de Janeiro (451) e Minas Gerais (553), entre 2015 e 2023.

Fábio Guilherme Campos, membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, ex-presidente da SBCP e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), destaca a relação entre a densidade populacional nas capitais e a alta incidência de câncer anal.

“A qualidade superior dos serviços de saúde, que inclui acesso a diagnósticos rápidos e tratamentos especializados como cirurgias, radioterapia e quimioterapia, não só aumenta a detecção de casos, mas também o número de óbitos”.

A concentração de centros de referência em oncologia nas grandes metrópoles está diretamente relacionada ao número de internações registradas, com São Paulo contabilizando 10.993 internações, Minas Gerais, 4.533 e Rio de Janeiro, 2.936, refletindo a infraestrutura de saúde desenvolvida nessas regiões.

A baixa incidência da doença em outros estados pode ser resultante de falhas burocráticas e preenchimento inadequado.

Ele afirma que há também uma prevalência de populações de risco nas maiores cidades, considerando que o vírus HPV, principal fator de risco para o câncer anal, é especialmente prevalente entre indivíduos que praticam sexo anal.

“A região Sudeste, que concentra uma parcela significativa da população LGBTQIA+ do Brasil, conforme indicam pesquisas do IBGE, está predisposta a um aumento nos casos de câncer anal nos próximos anos,” afirma Campos.

Em termos de tratamento, os especialistas dizem que a radiologia tem avançado consideravelmente, especialmente no diagnóstico e no acompanhamento de tratamentos contra o câncer. “Cerca de 80% a 85% dos pacientes podem ter remissão completa dos tumores”, destaca Lucas de Araújo Horcel.

Além desses métodos tradicionais, novos tratamentos estão sendo introduzidos, incluindo a imunoterapia, que ativa o sistema imunológico do paciente para combater o câncer, e a terapia antiangiogênica, que bloqueia o desenvolvimento de vasos sanguíneos que nutrem o tumor.

Apenas 15% a 20% dos casos, os que não respondem completamente ao tratamento inicial, podem necessitar de cirurgia, como a amputação do reto, resultando em colostomia definitiva (procedimento cirúrgico que cria uma abertura no abdômen para desviar as fezes para uma bolsa coletora) para manter a qualidade de vida do paciente.



Fonte: Folha UOL

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