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04/03/2025

Tem Brics no clima – 04/03/2025 – Ilona Szabó de Carvalho

Na semana passada, nos primeiros encontros do Brics sob a presidência do Brasil, o presidente Lula deu o tom das prioridades da liderança brasileira, que coincide com a turbulenta redefinição da geopolítica global. Mas não foi por coincidência que o chamado ao enfrentamento da emergência climática e a defesa do Acordo de Paris ganharam destaque na fala presidencial.

O Brasil marcou posição ao dar ênfase à agenda ambiental e climática nos Brics, e isso é necessário para a construção das pontes que podem determinar se a COP30, em Belém, também presidida pelo país, será um fracasso ou um sucesso.

Em sua gênese, o Brics –sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul– aglutinou países emergentes em uma aliança para converter o crescente poder econômico de seus membros em maior influência geopolítica. Nos últimos anos, o grupo evoluiu como centro da discussão sobre a transição do mundo para a multipolaridade. Com a entrada de Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Indonésia (aguarda-se a confirmação da Arábia Saudita), o agora Brics+ responde por cerca de 30% do PIB mundial e mais da metade da população do planeta.

A questão climática atravessou o samba do bloco já por sua heterogeneidade, ao reunir nações que estão entre as maiores emissoras de gases de efeito estufa e as que possuem algumas das principais reservas de biodiversidade do mundo. Os países do Brics representam 28% da produção global de petróleo bruto e 27% das importações de óleo.

A mágica que o Brasil terá que fazer pensando não apenas no caminho da COP30, mas além, será o de construir uma coalizão ao mesmo tempo realista e ambiciosa de países do Norte e do Sul. Mais do que qualquer outro bloco, o Brics expõe os desafios e interesses da transição climática e, com suas peças-chaves na equação do fortalecimento multilateral, não pode ser preterido.

O grupo tem nas mãos um importante instrumento, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, em inglês). Um estudo do Instituto Igarapé aponta que, com 40% de seus recursos destinados a iniciativas climáticas, o NDB tem espaço para crescer na “missão estratégica de financiar a transição ecológica no Sul Global”, liderando uma aliança de instituições multilaterais de desenvolvimento.

Dentro do Brics, há exemplos como o da China, que vem fazendo um grande salto de descarbonização –neste ano, o país deve reduzir a geração de energia termelétrica pela primeira vez em dez anos, graças ao investimento em energias renováveis. Brasil, Índia e Indonésia têm a chance de reescrever pela bioeconomia os modelos precursores da nova economia, compatível com as necessidades das pessoas e com a integridade do planeta.

Quando as tensões geopolíticas continuam interferindo nas pautas do clima e natureza, é preciso incentivar a sinergia de ambas. Na presidência, o Brasil tem o dever de trabalhar com soluções adotadas e apontadas pelos países do Brics e pactuar que a ambição elevada para esse mundo multipolar deve ser transferida para o sucesso da governança climática global.

Para nós, geograficamente distantes dos colegas de Brics, fica a lição de ampliar a compreensão e entender melhor as proximidades. E nenhuma agenda é melhor para promover essa interação do que a do clima e da biodiversidade.


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Fonte: Folha UOL

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