No dia 27 de agosto, três dias após a prisão de Pavel Durov, CEO do Telegram, um estranho canal anunciou em mensagens que havia “desfigurado” a página inicial de vários sites franceses. Utilizando a palavra-chave #FreeDurov, o grupo Stucx Team reivindica, em apoio ao cidadão franco-russo, a pirataria informática de vários sites franceses.
Na mesma publicação, este coletivo online com façanhas relativas agradece a sua “irmãos de armas”outros grupos com nomes igualmente evocativos: Moroccan Black Cyber Army, Holy League, Khalifa Cyber Crew e Ripper Sec. Porque a Stucx Team, que se apresenta como uma coligação de activistas muçulmanos da Malásia, é apenas a ponta do iceberg: nos últimos anos, várias empresas e especialistas em segurança informática notaram um forte regresso ao hacktivismo, uma contracção de “hacker” e “hacker”. ativismo”, um modo de ativismo online popularizado pelo Anonymous.
NoName057, Sudão Anônimo, Filipinas Exodus Security, Indian Cyber Force… É difícil navegar na selva de nomes que se multiplicaram, especialmente nas mensagens do Telegram. Também é difícil avaliar o seu verdadeiro impacto.
Um novo boom
Muitos, de fato, reivindicam ações pouco sofisticadas. A empresa especializada Grupo IB analisou assim a atividade da Mysterious Team Bangladeshum grupo de hacktivistas com motivações “político e religioso” e que visa principalmente, desde 2020, a Índia e Israel. A empresa determinou que quase 90% das ações reivindicadas pelo coletivo foram ataques simples de negação de serviço (DDoS). O restante das reclamações dizia respeito a desfigurações, ações que consistem em modificar a página inicial de sites geralmente mal protegidos. Outro grande modus operandi que encontramos nesta nova geração: hackear e vazarou seja, a divulgação de informações confidenciais e documentos roubados, muitas vezes não verificáveis.
Esses métodos são diretamente “O Legado do Anônimo”estimativas com o Mundo a pesquisadora americana Gabriella Coleman, especialista neste coletivo informal que marcou o início da década de 2010 e desde então caiu em desuso. Mas porque é que, de repente, novas facções reivindicam este modo de acção independente?
Paradoxalmente, deve ser procurada uma primeira via por parte dos Estados, como evidenciado pelo exemplo do colectivo Handala: em 18 de Setembro, um dia após a explosão de milhares de pagers pertencentes a membros do Hezbollah no Líbano e na Síria, o colectivo promete a verdade sobre este ataque e começa a distribuir documentos. Este último, incluindo O mundo não foi possível verificar a autenticidade, são apresentados como roubados de empresas que colaboraram com a inteligência israelense para realizar esta operação.
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