Por: Mauren Luc
Assessora de imprensa da Justiça Federal em Curitiba entre 2012 e 2018, a jornalista Christianne de Figueiredo Neves Machiavelli foi muito solicitada por repórteres de o todo Brasil durante Operação Lava Jato. Depois disso, atuou como analista de comunicação no Lactec (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento) e no Coren (Conselho Regional de Enfermagem do Paraná), além de assessorar o setor jurídico.
Nascida em Curitiba e formada em jornalismo pela PUC-PR, iniciou sua carreira na Labra, indústria de lápis, em 1997, passando pela TV Cidade, afiliada da Band em Sinop, Mato Grosso, e pela Cemat (Centrais Elétricas Matogrossenses). Atuou ainda no Jornal Diário Regional e na Prefeitura de Sinop, colaborando para criação do núcleo local do Sindicato dos Jornalistas e do primeiro curso de jornalismo da cidade.
“Ela gostava muito do jornalismo. Adorava ter informações em tempo real”, conta a amiga Veridiana Moserle, lembrando suas características marcantes: inteligência, humor e fé inabalável. “Era extremamente dedicada a sua religião, parte importante da vida dela.”
Umbandista, Chris era “pura luz”, como descreve a jornalista Jana Fogaça. “Era a pessoa do riso frouxo, da gargalhada gostosa, da palavra amiga. Era refúgio quando ela mesma precisava de abrigo. Ela acolhia. Era capaz de tirar de si para dar a quem precisasse.”
“Tinha um coração imenso. Sempre sabia o que falar nas crises e conseguia fazer a gente rir de nós mesmos. Unia como ninguém”, recorda a jornalista Josianne Ritz.
A irmã, Caroline Machiavelli, destaca sua empatia e solidariedade. O filho, João Machiavelli, se lembra do otimismo. “Foi a melhor mãe, mãe solo, nunca mediu esforços para me dar o melhor. Sempre mantinha a felicidade e a positividade. Deixa a esperança de que tudo vai ser melhor e tem uma saída. Ela tinha o poder de ser luz. Foi farol na vida das pessoas.”
“Chris era sangue pulsando, energia vital. Era afago, compreensão e paixão. Sua risada ecoava por onde passava”, resume a amiga Myrtes Macedo. “O mundo perdeu uma pessoa incrível.”
Christianne morreu em 2 de outubro, aos 50 anos, de infarto. Deixa o pai, duas irmãs, o filho e uma neta recém-nascida.