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05/02/2025

Dicas de oratória: como falar bem e convencer no trabalho – 14/10/2024 – Carreiras



Por: Gabriela Bonin

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Já travou em uma apresentação de trabalho? Ou precisou vender um projeto para seu chefe e não conseguiu transmitir a ideia que queria?

A comunicação é uma das “soft skills” (habilidades socioemocionais, em português) mais requisitadas pelo mercado de trabalho. Por isso, a edição de hoje traz dicas de oratória para que você sinta mais segurança ao se comunicar.

“Em toda profissão, falar bem é um diferencial, porque não basta você ser muito bom, você precisa aparentar ser bom”, explica Jacqueline Sobral, professora de oratória da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Hoje, as pessoas lidam com sobrecarga mental e excesso de informação, complementa Sobral, então é essencial transmitir a mensagem de uma forma que chame a atenção do outro.

E com o avanço da inteligência artificial… A boa comunicação é um diferencial, argumenta Giovanni Begossi, advogado e bicampeão do Campeonato Nacional de Oratória.

↳ “A IA não consegue ser efetiva na habilidade de inspirar, de liderar, de emocionar, porque pessoas se conectam com pessoas”, explica.

Tá, mas por onde começar? Begossi divide a comunicação em três Cs: confiança, clareza e convecimento. Entenda melhor:

1. Confiança. É sobre perder o medo, a ansiedade, a timidez, o medo de julgamento, e realmente conseguir falar com segurança, diz o especialista.

Perder a vergonha é o primeiro passo. E isso vem com a prática. “Seu cérebro tem medo do desconhecido e te coloca em estado de alerta. […] Falar em público precisa se tornar uma atividade familiar, algo normal, aí você vai performar melhor”, explica Begossi.

Então, agarre toda oportunidade de treinar oratória. Seja fazendo uma pergunta em um congresso ou evento, ou se voluntariando para uma leitura.

2. Clareza. É falar com boa dicção, sem vícios de linguagem, sem ser prolixo e com vocabulário simples, afirma o especialista.

Evite falar de forma muito complicada, com termos técnicos que podem ser desconhecidos pelas pessoas que te ouvem. Reduza sua mensagem na forma mais básica possível.

3. Convencimento. É nesta etapa que entra um dos conceitos importantes da oratória: a persuasão. Basicamente, é a capacidade de criar vínculos com a pessoa que está ouvindo, explica Jacqueline Sobral.

Isso convence as pessoas a fazer o que você quer que elas façam, complementa Begossi. Seja comprar um produto, investir na sua ideia, te dar um aumento…

Então, trago algumas dicas:

Não subestime a importância da preparação.

Estude o tema sobre o qual vai falar. No caso de uma apresentação, ensaie com antecedência e teste os slides.

“Que tal escrever possíveis dez perguntas que o público vai fazer e pensar com antecedência nas respostas delas?”, sugere Begossi.

Evite, porém, escrever o discurso ou um texto literal do que você pretende falar. Isso pode confundir mais caso você esqueça uma parte, e vai ser difícil retomar a linha de raciocínio.

Resuma sua ideia central.

Isso vale para uma apresentação, para um pedido de aumento ou para uma entrevista de emprego. Identifique a ideia-chave que você quer defender naquela situação, orienta Sobral. Ter clareza disso vai ajudar muito caso bata o desespero.

Saiba ouvir o outro.

Você só vai ser capaz de falar bem se tiver uma escuta atenta, aponta a professora da FGV. Busque sinais de interesse no seu interlocutor.

“Em uma apresentação, observe se essas pessoas estão demonstrando atenção. De repente, surgem perguntas que mostram no que, de fato, elas estão interessadas”, diz Sobral.

É por isso que uma apresentação precisa ser planejada, mas é necessário ter jogo de cintura para mudar o caminho no meio, se for necessário.

Atente-se à postura corporal.

O conteúdo é fundamental, mas o jeito que você o transmite também é importante, de acordo com Sobral. Gesticular, por exemplo, ajuda a enfatizar o que está sendo dito.

No trabalho remoto, o cuidado deve ser redobrado. Enquadre sua câmera em uma chamada de vídeo, sente-se corretamente na cadeira e não fique olhando para baixo enquanto fala.

Fale de forma entusiasmada.

Esse é o truque para reter a atenção das pessoas. O americano Dale Carnegie, professor de locução e oratória, classifica a empolgação como a parte mais importante da fala.

No livro “Como falar em público e encantar as pessoas” (ed. Sextante, 208 pág., R$ 29,99), um dos ensinamentos de Carnegie é que “é mais difícil surgirem argumentos contrários ao seu se você falar com paixão e um entusiasmo contagiante”. Trago um trecho da obra:

“Prepare-se para aproveitar a apresentação que está prestes a fazer […] Esse é um momento feliz, não uma oportunidade de corrigir erros, sejam eles reais ou imaginários. Você terá tempo para fazer isso depois. Neste exato momento, deixe os pensamentos e as emoções de sua apresentação tomarem conta de você. Não permita que detalhes sem importância atrapalhem seus sentimentos. Deixe sua empolgação se manifestar.”

Quer se aprofundar no tema? Deixo mais sugestões de livros indicados pelos especialistas com quem conversei:

  • “Como convencer alguém em 90 segundos”, Nicholas Boothman, Universo dos Livros, 264 pág., R$ 49,90;

  • “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, Dale Carnegie, ed. Sextante, 256 pág., R$ 34,99;

  • “As armas da persuasão”, Robert B. Cialdini, ed Sextante, 304 pág., R$ 32,99;

  • “O poder da presença”, Amy Cuddy, ed. Sextante, 256 pág., R$ 34,99;

  • “Apresentações Brilhantes”, Susan M. Weinschenk, ed. Sextante, 288 pág., R$ 99;

  • “Palavras mágicas”, Jonah Berger, HarperCollins, 256 pág, R$ 49,90.

Conselhos de CEO

Profissionais em cargos executivos dão dicas para quem está em início de carreira

Sobre ela: Talita Matos é cientista social e mestre em educação inclusiva. Atua há mais de 20 anos em programas de inovação social e equidade. Engajada nas pautas raciais, auxiliou na construção de estratégias de diversidade, equidade e inclusão dentro de grandes empresas. Em 2021, fundou a Singuê, consultoria especializada em promover ambientes inclusivos e desenvolvimento profissional de profissionais negros, mulheres e pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Meu primeiro emprego… Comecei a trabalhar com 14 anos, mas emprego formal foi aos 18, quando fundei uma ONG com um grupo de amigas. Na ocasião, aprendi sobre meu potencial de dar corpo a ideias e projetos.

O que eu faria diferente… Demorei para assumir a autoria das minhas ideias, projetos e, consequentemente, da minha carreira. Hoje penso que poderia ter me colocado como líder bem mais cedo. Aprendo isso ao ver as novas gerações se colocando tão protagonista em espaços de liderança.

Um erro do qual não esqueço… Eu não soube declarar desejos de carreira e ambição financeira em mais de uma oportunidade. Tinha crenças que me impediram de ganhar mais, mais cedo. Foi um erro e um aprendizado, porque ter vivido isso me permitiu ter experiência para compartilhar hoje com os profissionais dos nossos programas de desenvolvimento de lideranças.

Uma habilidade essencial… Coerência entre pensamento e ação. Ter clareza sobre quais são nossos valores inegociáveis e agir de acordo com eles.

Um conselho para jovens profissionais… Consistência e constância são a chave para a construção de uma carreira bacana. Nossas entregas, as relações que construímos e o impacto que geramos com o nosso trabalho só é possível se a gente fizer bem e seguir fazendo. Vejo que o senso de urgência das novas gerações pode impedir jovens profissionais de ter prazer em fazer e fazer bem feito, o que na minha opinião é mais gratificante do que qualquer ponto de chegada.



Fonte: Estadão

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