Caso vá a jogo, David Simão fará o jogo 200 pelo clube
O início da 15ª rodada da Liga Portugal, a última antes do Natal, começará com um Casa Pia AC x FC Arouca. O encontro de abertura da jornada terá lugar no Estádio Municipal de Rio Maior, iniciando-se às 20h15 de amanhã (sexta-feira, dia 20 de dezembro) e contando com transmissão televisiva na SportTV1.
O Casa Pia, treinado pelo jovem técnico João Pereira, vem fazendo uma boa temporada (à imagem do que o treinador havia feito na temporada passada pelo Alverca na Liga 3), na medida em que, após três derrotas nas três primeiras rodadas, daí em diante, perdeu apenas dois dos 13 jogos disputados. As duas derrotas em questão foram ambas fora de casa, contra Sporting e Porto, então os casapianos não perdem em casa desde o final de agosto (3ª rodada). Estão em nono lugar na tabela, com 17 pontos.
Já o FC Arouca, de Vasco Seabra, conquistou na jornada anterior a primeira vitória desde a sua chegada, procurando esta sexta dar uma boa sequência à mesma com o primeiro triunfo como visitante desde fins de setembro (ou fins de outubro, se tivermos a Taça de Portugal em consideração). Estão em 17º lugar, um acima do último, com 11 pontos, os mesmos do Boavista, time que está no lugar acima.
O histórico recente de confrontos nos mostra um equilíbrio total: nos seis jogos, são duas vitórias para os gansos, dois empates e duas vitórias para os Lobos de Arouca. Nota ainda para o fato de o FCA ainda não ter vencido o Casa Pia como visitante.
Na conferência de imprensa de antevisão, Vasco Seabra analisou o adversário, abordou algumas das escolhas (Weverson no lugar de Danté, Loum no meio campo) e deixou elogios rasgados a David Simão que, caso vá a jogo amanhã, irá cumprir o seu jogo número 200 pelo FCA.
Estas foram algumas das palavras do treinador:
- Análise à momento de forma e ao jogar do Casa Pia
“Estamos falando de uma equipe que, nos últimos quatro meses, perdeu no Dragão e em Alvalade. A última derrota que teve em casa foi essa de quatro meses atrás, contra o Santa Clara, que foi em agosto. Por isso, naturalmente vamos ter uma adversário muito difícil, confiante, tranquilo e com bons jogadores, uma ideia de jogo muito vincada. Sabemos que é um time difícil de enfrentar, coeso, toma poucos gols, vai muito bem na transição.
É um time que nos faz sempre estar no limite, assim como vem sendo apanágio nestas últimas rodadas. Sentimos que há uma cobrança muito grande sobre nós mesmos, sobre o que tem ser a valorização do adversário, sabendo que sempre vamos ter adversários difíceis que vão competir conosco. Da nossa perspectiva, sabendo que vamos ter um adversário que não vai nos dar veleidades, temos que olhar para nós com a certeza de que temos que ser altamente competentes e competitivos para darmos sequência a esta vitória que conquistamos agora para que tenha mais efeito, porque melhor que uma, só duas, né?”
- A que se deveu a troca do Danté, titular habitual, pelo Weverson? Fazia parte da estratégia para o jogo, alguma lesão de última hora?
“Não, na verdade o Danté é um cara que a gente acredita muito e que tem um potencial grande. Posso confidenciar isto: quando nós fomos ao Estrela, não levei o Weverson e acabei conversando com ele, justamente para dizer que a evolução que ele estava tendo estava sendo muito grande. Por isso, já estava conseguindo competir com os outros dois laterais-esquerdos, Danté e Quaresma. Teve a ver com uma escolha de rendimento, o Weverson vinha me mostrando em treino que estava muito preparado para poder jogar, me deu essa confiança que o jogo dele representou.
Na estratégia de banco, de saber se, ao acontecer alguma coisa no jogo, que peças posso mexer e quantas opções quero para trás, miolo e frente, nessas opções, o Danté ficou de fora. São ciclos, fases, por vezes uns estão melhores que outros e eu procuro, dentro dos meus olhos, ser coerente com eles e mostrar-lhes que quem trabalha realmente, e quando o desempenho individual de um acaba por estar acima de outro, procuro respeitar o que é o trabalho semana após semana.”
- Considera que a transição defensiva, reação à perda da posse, agressividade, melhorou?
“Sim, eu considero. Era uma das coisas que nós lutamos desde que chegamos, toda a agressividade em jogo, não só a defensiva, mas também a ofensiva. Também queríamos, do ponto de vista ofensivo, ser mais agressivos, chegarmos com mais gente à baliza do adversário, olharmos mais para a frente. Do ponto de vista defensivo, uma mentalidade mais agressiva, intensa. No momento em que perdemos a bola, todo mundo reage, todo mundo corre para trás. Se pudermos pressionar mais à frente, tanto melhor, se formos ultrapassados, temos que nos juntar.
Têm sido indícios dessa evolução que nos deixa felizes e que nos leva à responsabilidade de, no próximo jogo, conseguirmos reagir ainda mais, recuperar mais bolas nessa contra-transição, para que o adversário não possa sair. Queremos continuar nesse seguimento e aumentar os índices de duelo, contato, bola no ar, bola no chão, um contra um. São tudo coisas mais individualizadas dentro do jogo, que se você não evoluir, a parte generalizada também não consegue evoluir, pois precisamos de todas essas coisinhas que estão acontecendo para o nosso lado para que a estrelinha fique cada vez mais do nosso lado.”
- Importância do David Simão
“Muito grande. Primeiro, não me custa individualizar, porque é uma marca extraordinária, 200 jogos. David é um jogador que tem uma dimensão tática extraordinária. A qualidade técnica dele é evidente a qualquer olho. Ontem estávamos em uma brincadeira com ele e um auxiliar meu estava desafiando ele a fazer duas coisas com a bola, ele acabou fazendo e em um determinado momento até disse: “Mas vocês ainda têm dúvidas dessa parte?”.
Tecnicamente, ele é um jogador muito acima, tem uma dimensão de colocar a bola basicamente onde ele quer, um critério muito grande no jogo. Ele é muito bom jogador, taticamente também é um jogador muito inteligente, provavelmente será treinador no futuro. Se não for treinador, vai pertencer a uma comissão técnica ou a um clube, vai ter que ficar ligado no jogo, porque é apaixonado pelo jogo, vê muitos jogos. Ele entende muito bem o jogo, quando falamos do jogo, ele sempre está alerta para o que acontece.
Do ponto de vista pessoal, que é isso que trás depois ao clube a parte de ser capitão, é muito exigente, rigoroso, procura sempre uma exigência muito grande interna, no clube e na equipa. É para nós muito importante tê-lo conosco. É muito bom o clube ter conseguido resgatá-lo em um momento frágil da carreira dele e o clube confiou nele. Ele confiou no clube para voltar e neste momento, sei que é um momento de coesão de ambos, clube e jogador, com o treinador feliz por poder ter essa ligação. Estamos felizes por isso e que seja mais uma quantidade boa de jogos, para que ele continue jogando, jogando bem e que possa ajudar o clube.”
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Texto: Simão Duarte
Foto: FC Arouca