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Tarauacá
16/09/2024

PROFESSOR E ESTUDANTES DO IFAC


Dados que identificam as dificuldades enfrentadas pela população da zona urbana de Tarauacá no que se refere ao uso das tecnologias digitais e no entendimento das informações que essas tecnologias veiculam é é o resultado de uma pesquisa intitulada LETRAMENTO DIGITAL E INFORMACIONAL EM TARAUACÁ

De acordocom o Professor Antonio Macedo dos Santos, do Instituto Fedral do Acre – IFAC, Campus Tarauacá, o tabalho pauta-se numa metodologia qualitativa, embora se proponha também a usar dados e estatísticas, o que lhe confere o aspecto quantitativo e descritivo, além de fazer revisões bibliográficas. Os dados são interpretados à luz dos estudos sobre letramento digital e informacional conduzidos por Sônia Boeres e também pelas contribuições dos filósofos Francis Bacon e Ludwig Wittgenstein. “Os resultados apontam que a população não apresenta grandes dificuldades para usar as tecnologias digitais, embora por vezes algumas surjam. Conclusivamente, nota-se que estas estão relacionadas a um excesso de instruções ou mesmo orientações confusas. A população sofre também com golpes e tentativas de golpes financeiros e, finalmente, acredita que o seu senso crítico ficou mais apurado com o acesso às informações veiculadas pelos meios digitais” disse o professor.

O LETRAMENTO DIGITAL E INFORMACIONAL NA ZONA URBANA DE TARAUACÁ

THE DIGITAL LITERANCY AND INFORMATIONAL IN THE URBAN AREA OF TARAUACÁ

La alfabetización digital e informacional en la área urbana de Tarauacá

Antonio Macedo dos Santos*
Clarice de Albuquerque Freire*

RESUMO

O artigo tem como objetivo identificar as dificuldades enfrentadas pela população da zona urbana de Tarauacá no que se refere ao uso das tecnologias digitais e no entendimento das informações que essas tecnologias veiculam. Pauta-se numa metodologia qualitativa, embora se proponha também a usar dados e estatísticas, o que lhe confere o aspecto quantitativo e descritivo, além de fazer revisões bibliográficas. Os dados são interpretados à luz dos estudos sobre letramento digital e informacional conduzidos por Sônia Boeres e também pelas contribuições dos filósofos Francis Bacon e Ludwig Wittgenstein. Os resultados apontam que a população não apresenta grandes dificuldades para usar as tecnologias digitais, embora por vezes algumas surjam. Conclusivamente, nota-se que estas estão relacionadas a um excesso de instruções ou mesmo orientações confusas. A população sofre também com golpes e tentativas de golpes financeiros e, finalmente, acredita que o seu senso crítico ficou mais apurado com o acesso às informações veiculadas pelos meios digitais.

PALAVRAS-CHAVE: Letramento. Digital. Informacional. Ídolos. Linguagem.

ABSTRACT

The article aims to identify the difficulties faced by the population of the urban area of Tarauacá regarding to the use of digital technologies and in understanding the information that these technologies convey. It is based on a qualitative methodology, although it also proposes to use data and statistics, which gives it a quantitative and descriptive aspect in addition to carrying out bibliographic reviews. The data are interpreted in light of the studies on digital and information literacy conducted by Sônia Boeres and also the contributions of philosophers Francis Bacon and Ludwig Wittgenstein. The results indicate that the population does not have great difficulties in using digital technologies, although sometimes some difficulties arise. In conclusion, it is noted that these are related to an excess of instructions or even confusing guidelines. The population also suffers from scams and attempted financial scams and, finally, believes that their critical sense has become more refined with access to information conveyed by digital media.

KEYWORDS: Literacy. Digital. Informational. Idols. Language.

RESUMEN

El artículo tiene como objetivo identificar las dificultades que enfrentan la población del área urbana de Tarauacá respecto al uso de las tecnologías digitales y la comprensión de las informaciones que estas tecnologías transmiten. Se basa en una metodología cualitativa, aunque también propone utilizar datos y estadísticas, lo que le confiere un aspecto cuantitativo y descriptivo, además de realizar revisiones bibliográficas. Los datos son interpretados a la luz de estudios sobre alfabetización digital e informacional realizados por Sonia Boeres y también de las contribuciones de los filósofos Francis Bacon y Ludwig Wittgenstein. Los resultados indican que la población no tiene grandes dificultades para utilizar las tecnologías digitales, aunque en ocasiones sí surgen algunas. Concluyendo, se observa que estos están relacionados con un exceso de instrucciones o incluso con pautas confusas. La población también sufre estafas e intentos de estafa financiera y, finalmente, cree que su sentido crítico se ha afinado con el acceso a la información transmitida a través de los medios digitales.

PALABRAS CLAVE: Alfabetización. Digital. Informativo. Ídolos. Lenguaje.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, estudos e processos científicos ganharam destaques nos meios de comunicação e redes de internet e assim alcançaram todas as camadas sociais. A divulgação e publicação de estudos científicos nos meios de comunicação em massa foram alvo de refutação não científica, religiosa ou mesmo intuitiva e alimentou uma cadeia de desconfiança em relação à ciência em meio a uma crise sanitária mundial. Um processo que ficou conhecido como negacionismo, mas que em fundo pertence à categoria da chamada pós-verdade. A pós-verdade é esse momento que atravessamos no qual fatos objetivos têm menos influência na opinião pública do que crenças pessoais ou experiências individuais. Designa o uso oportunista da mentira e sinaliza um ceticismo quanto às evidências factuais usadas na argumentação científica[1].

Num âmbito tecnológico existem desconfianças em relação às urnas eletrônicas, ao sistema de pagamentos via PIX, etc. Essas desconfianças, às vezes justificáveis, às vezes não, passam exatamente por um problema de comunicação ou, melhor ainda, de letramento. E esse letramento se apresenta com duas faces: a digital e a informacional.

Por mais científicos, técnicos e tecnológicos que sejam nossos contextos, nem sempre estamos aptos a seus “jogos de linguagem”, para usar a expressão do filósofo Ludwig Wittgenstein (1889-1951). Considerando esse contexto digital surge a seguinte problemática: Por que é importante identificar as dificuldades da população de Tarauacá em relação ao uso e ao entendimento das tecnologias digitais e das informações que elas veiculam?

Porque, sendo Tarauacá a terceira maior cidade do Acre, conforme o IBGE[2], está bastante digitalizada, mas não possui nenhuma pesquisa sobre isso. Acreditamos que poderemos obter uma leitura mais completa dos problemas da comunicação digital no munícipio e com isso outras iniciativas e projetos poderão empreender ações mais focadas na solução deles.

Figura 1: Mapa do estado do Acre. A população de Tarauacá é a terceira maior. Atrás apenas de Rio Branco (364.756 pessoas) e Cruzeiro do Sul (91.888 pessoas).

fonte: IBGE-Senso Demográfico 2022.

Diante desse quadro, desenvolver uma pesquisa junto com os estudantes do Ifac e com foco no letramento digital e informacional é interessante, porque envolverá um parcial levantamento de dados sobre a taxa de alfabetização, de escolaridade e de modos de utilização das tecnologias digitais pela população. Questionando sobre as dificuldades que as pessoas têm em relação às tecnologias, a idoneidade ou não das desconfianças sobre instrumentos digitais como urnas eletrônicas, PIX, etc. a pesquisa pode contribuir socialmente e assim ultrapassar a o contexto escolar.

Metodologicamente, a pesquisa se pautou em revisões bibliográficas de autores que pesquisam sobre letramento como Boeres[3] e Guasque[4], filósofos que refletiram sobre as questões da linguagem e da ciência, como Wittgenstein e Bacon (1561-1626). Será por meio dessa revisão que os dados serão analisados. Estes foram levantados a partir de formulários do google forms aplicados à população pelos estudantes que colaboraram com a pesquisa. Trata-se de um estudo descritivo, pois as informações refletem características da população em relação ao letramento digital e informacional, chega a tecer análises dos dados, mas não fornece soluções possíveis[5]. Caberia a famosa citação de Schopenhauer: “não é contemplar o que ninguém ainda contemplou, mas meditar, como ninguém ainda meditou, sobre o que todo mundo tem diante dos olhos”[6].

Em relação ao texto que ora apresentamos está organizado da seguinte maneira. Primeiramente apresentamos rápidas informações sobre o público entrevistado, na seção Sujeitos da pesquisa. Em seguida, numa seção mais conceitual, O letramento digital numa visão filosófica, propomos uma base crítica para analisar os dados. Nessa base temos, por um lado, o conceito de letramento digital e informacional explicado em linhas gerais. Por outro lado, apresentamos duas ideias filosóficas. Inicialmente a ideia do pensador inglês Francis Bacon, sobre o poder do saber ou, para sermos mais justos com o filósofo, a ideia de que “saber é poder”. Porque, apesar de estarmos numa comunidade muito letrada e digitalizada nem sempre as informações que nelas temos acesso nos servem como esclarecedoras. Por vezes somos enganados e vitimados no mundo digital, porque nem sempre percebemos as más intenções de quem maneja bem o mundo digital. É preciso, então, compreender o que bloqueia nosso intelecto e saber jogar os “jogos de linguagem” para se criar mais resistências às tentativas de enganos. Essa expressão, “jogos de linguagem” é outra ideia filosófica, do pensador austríaco, Ludwig Wittgenstein.

Considerando todo esse arcabouço teremos condições para analisar os dados, que serão expostos na terceira seção do texto, A Análise dos dados da pesquisa sobre letramento digital e informacional em Tarauacá. Nela apresentamos alguns dos dados obtidos. A pesquisa foi feita por grupos etários, selecionamos para apresentar aqui aquelas que apresentam informações relacionadas à compreensão de informações no ambiente digital e deixamos outras informações para serem divulgadas em redes sociais, rádios, sites, banners, etc.

Antes de passarmos à leitura de tudo isso, gostaríamos de externar nosso agradecimento ao Ifac pelo apoio institucional tanto aos docentes quanto aos discentes envolvidos na pesquisa. No âmbito do campus Tarauacá, queremos ressaltar que o projeto faz parte das atividades do NUCELI, que nos apoiou oferecendo a sua estrutura física e pessoal para planejamentos, confecção de cards, discussão de resultados, etc. Agradecemos também ao CNPq pela concessão da Bolsa e esperamos que este e os outros resultados obtidos estejam à altura do investimento feito.

OS SUJEITOS DA PESQUISA

Foram obtidas 79 respostas aos formulários. Segundo os estudantes, algumas pessoas foram muitos resistentes a fornecerem as respostas, apesar de não haver nenhuma pergunta que envolvesse informações pessoais. Muitas inclusive se negaram a responder à pesquisa. A tabela abaixo apresenta a distribuição das respostas.

Tabela 1: Número de entrevistados por faixa etária

Faixa etária

Número de entrevistados

18 a 31 anos

30

31 a 40 anos

20

Acima de 41 anos

29

fonte: Os pesquisadores

Com os números acima já temos condição de ter um perfil dos sujeitos da pesquisa. Como tratamos aqui do tema do letramento digital, acreditamos que o dado que mais nos atende no tracejo desse perfil seja o grau de instrução. O gráfico número 1 nos dá as porcentagens gerais relativas ao grau de instrução. Interessante notar que há um equilíbrio entre as pessoas que tem o ensino médio completo e aqueles que tem o ensino superior.

fonte: Os pesquisadores

Abaixo temos mais detalhes sobre o grau de instrução dos entrevistados. O gráfico 2 apresenta os dados do público mais jovem que foi ouvido. Para esse público o grau de instrução dominante foi o do Ensino Médio. São pessoas que muito provavelmente optam por trabalhar, dado que em geral antes dos 30 anos de idade uma pessoa já tem o Ensino Superior completo.

fonte: Os pesquisadores

A situação muda um pouco quando observamos o gráfico 3. Nele a situação da instrução aparece mais bem dividida entre quem tem Ensino Superior e quem tem Ensino Médio. Comparando o gráfico acima com o gráfico abaixo, presume-se que o ingresso no Ensino Superior em Tarauacá aconteça, normalmente, de forma tardia. Reforça essa ideia, o fato de que o município possui uma gama de cursos presenciais muito limitada, devido apenas o Ifac e a Ufac, esta através de uma extensão, estarem presentes no município ofertando cursos presenciais de modo regular.

fonte: Os pesquisadores

O gráfico 4 apresenta os entrevistados de 41 anos ou mais. Nesse grupo a maioria dos entrevistados tem Ensino Superior completo.

fonte: Os pesquisadores

Todos os entrevistados habitam em Tarauacá. De acordo com os formulários, 33 pessoas que responderam à pesquisa são mulheres (41,77%) e 46 homens (58,22%). Para efeitos de delimitação vamos nos ater às seguintes questões:

· (1) O (a) senhor (a) tem dificuldades de utilizar tecnologias como celular, computador, caixa eletrônica, etc.?

· (2) Se sim, o que dificulta sua compreensão?

· (5) O que o (a) senhor faz para sanar as dúvidas quanto às informações científicas e tecnológicas?

· (7) O senhor (a) entende que a era digital favoreceu o senso crítico?

· (10) O (a) senhor (a) já teve algum prejuízo financeiro (golpe) ao utilizar as redes sociais/tecnologias digitais?

As alternativas que mais se repetirem, as citaremos caso a caso, serão analisadas a partir de uma base conceitual exposta na próxima seção. Esta envolve estudos de letramento e de filosofia da linguagem e ciência. Mas em que sentido esses estudos podem nos ajudar?

O LETRAMENTO DIGITAL NUMA VISÃO FILOSÓFICA

Inicialmente é preciso entender que antes de falarmos em ‘letramento digital’ é preciso falar de ‘letramento informacional’, pois este precedeu aquele. Além disso, este ‘letramento informacional’ pode soar confuso para o leitor, pois dele tem-se desdobramentos vários. Evitá-los é tão tentador quanto nocivo ao entendimento do que nos propomos. Por essa razão, na medida do possível, vamos resumir todos estes desdobramentos para propiciarmos uma compreensão mais completa da questão do letramento digital.

A expressão letramento informacional foi cunhada em 1974 por Paul Zukovisky. Era um empresário e à época presidia a Associação da Industria de Informação nos Estados Unidos. O termo em inglês utilizado pelo empresário foi Information Literacy. No Brasil foi traduzido, inicialmente, como “competência informacional”, contudo, estudos mais recentes optam por “letramento informacional”, conforme afirma Boeres[7].
A autora explica que o letramento tem uma primeira etapa: a alfabetização informacional. Ela é definida como a decodificação de um indicador em que o indivíduo desenvolve noções a respeito de instrumentos e processos de aprendizagem, enquanto o letramento informacional traz a ideia de funcionalidade e aplicação de processos no cotidiano[8].
Pode-se ainda entender a ideia de competência informacional como capacidade de o aprendiz mobilizar o próprio conhecimento. É produto da aprendizagem, resultado de saber fazer uso da informação. Ao longo do processo de letramento informacional, os aprendizes desenvolvem competências para identificar a necessidade de informação, avaliar buscar e usá-la eficaz e eficientemente, considerando aspectos éticos, legais e econômicos, completa Boeres[9].
Uma definição mais abrangente, pois pressupõe as ideias de alfabetização e competência, foi formulada por Gasque, para quem o letramento informacional “é o processo que integra as ações de localizar, selecionar, acessar, organizar, usar informação e gerar conhecimento visando à tomada de decisão e à resolução de problemas”[10]. Dessa forma, o letramento informacional tem como finalidade a adaptação e a socialização dos indivíduos na sociedade da aprendizagem.
Amalgamado ao letramento informacional está, finalmente, o letramento digital. Trata-se de um tema novo no Brasil. Ele caracteriza as sociedades hodiernas como sociedades da informação e se refere mais ao acesso à informação, o modo como chegamos a ela ou ela a nós do que à informação propriamente dita. Nesse sentido, Boeres observa que o letramento digital envolve o uso das informações e tecnologias associado ao acompanhamento consciente e deliberado de uma mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educacionais tradicionais[11].

Olhando para esse quadro, Boeres ressalta que há, por um lado, quem fale que a ciência da informação deveria focar em três mundos: o da realidade subjetiva, o mundo da realidade dos objetos e técnicas e o mundo da realidade do ciberespaço. Por outro lado, em consequência disso, há quem diga, ainda segundo a autora, que a educação entrou num novo paradigma que requer dos indivíduos a capacidade de desenvolver competências para usar informação e capacidade intelectual de transformá-la em conhecimento no contexto de um aprendizado crescente e contínuo.

Não podemos pensar que o conceito de letramento digital esteja circunscrito à ideia de acessar a internet, responder e-mails ou utilização das redes sociais. Mais que isso, Boeres entende que as pessoas devam fazer uso da tecnologia para gerar um benefício ou comodidade para elas, como ao procurar emprego pela internet, que requer saber ler o anúncio, interpretá-lo e candidatar-se à vaga via Tecnologia da Informação. Na verdade, como o mundo digital é muito amplo, nele se fala muitas linguagens. Por isso, alguns estudos, já datados inclusive, falam de letramentos digitais. Estes, como tudo que compõe a aventura humana pela vida, são possíveis de serem pensados filosoficamente.

Desde um ponto de vista filosófico, essas novas formas de letramentos podem ser manipuladas de diversas formas. A essas manipulações – que Francis Bacon chamaria de ídolos – é preciso estar atento. Para Bacon, o que nos impede de descobrimos as verdades acerca da origem dos fenômenos e das informações são os ídolos. Ídolos são pré-conceitos ou pré-juízos, são falsas noções inerentes ao homem. Também podem ser culturais e/ou “hereditárias”, que se desenvolvem invadindo o intelecto humano, sendo capaz de obstruir, em alguns casos, irrevogavelmente, grande parte da capacidade de identificação da verdade que é inata ao ser humano. Os ídolos que bloqueiam a mente humana são de quatro gêneros: ídolos da tribo; ídolos da caverna; ídolos do foro e ídolos do teatro[12].
Os ídolos da tribo são aqueles fundamentados na própria natureza do homem, ou seja, na própria “tribo” ou espécie humana[13]. É falsa, segundo Bacon, a asserção de que os sentidos do homem são a medida das coisas. Muito ao contrário, todas as percepções, sejam elas do sentido ou da mente, guardam analogias com a natureza humana e não com universo. O intelecto humano, continua Bacon, é semelhante a um espelho que reflete desigualmente os raios das coisas e, dessa forma, as distorce e corrompe. Enfim, é como se dissesse: o homem não é a medida de todas as coisas[14]
Os ídolos da caverna são aqueles do próprio homem enquanto indivíduo[15]. Pode-se dizer que é uma espécie de apego, porque é colocar como certo aquilo que de alguma forma vem a nós e colocamos como certo e único. Isso pode acontecer tanto pela leitura de livros quanto pelas próprias relações. É um tipo de fanatismo. Fanático por aquilo que se pensa estar certo. É não aceitar objeções para que as convicções não sejam abaladas. Cada pessoa, além das aberrações comuns de sua própria natureza, tem, ainda, uma lacuna ou caverna na qual a luz de sua natureza racional pode ser confundida, segundo o filósofo inglês.
Os ídolos que provêm das inter-relações recíprocas entre os seres humanos são os chamados de ídolos do foro[16]. Devido às relações comerciais e associações recíprocas, eles estão ligados ao discurso e à tirania. Por causa da ambição, o discurso pode nos levar a omitir, se preciso for, tudo o que é verdadeiro, para alcançar certo poder que só proporciona cada vez mais a alienação à ignorância. São os falsos discursos que bloqueiam o intelecto, perturbam-no insensivelmente e nem todos nós, por mais sábios que sejamos, somos capazes de permanecermos em nossa sensatez.
Os ídolos do teatro, por sua vez, imigram para o espírito do homem por meio de doutrinas filosóficas e por regras viciosas da demonstração. Parece que apresentando esse tipo de ídolo, Bacon está denunciando todas as pretensiosas formas de conhecimentos e persuasão. A palavra teatro é utilizada por Bacon devido ela indicar uma verossimilhança com o real, mas no fundo tudo o que é teatral é, em certa dose, irreal[17].
Segundo Bacon, o homem que desejar ser um verdadeiro sábio deve tomar consciência dos ídolos, não só daqueles que lhe são inatos, mas também dos que atravessam a história humana através das tradições e que também um dia já foram inatos de alguém. O melhor remédio para afastar, ou repelir os ídolos é formar axiomas através da verdadeira indução[18] Dessa tomada de consciência e luta contra os ídolos pode-se almejar a um conhecimento progressivo.

Além da questão dos ídolos não se pode ignorar as contribuições da filosofia da linguagem de Wittgenstein, para quem a noção de “jogos de linguagem” é fundamental. A comunicação digital é uma forma de linguagem que tem suas regras próprias. Contudo, cabe perguntar: essas regras são maleáveis e se conformam a situações objetivas ou são as mesmas para uma comunidade? Por que elas seriam como que jogos?

Essa ideia de jogos de linguagem poderia ser substituída por “uso da linguagem”. Poderíamos também aceitar a ideia levantada por Araújo, de que para Wittgenstein, os jogos de linguagem referem-se a formas de vida, práxis entre outras práxis, em que o que importa é, fundamentalmente, seu papel e não um significado final de tudo que a linguagem, seja ela verbal, escrita ou falada tenha[19]. Quando nós observamos os jogos em geral, vemos que eles se assemelham em alguns aspectos: ganhar, perder, ter sorte… porém não há um padrão. E mesmo assim os chamamos todos com o nome de “jogos”. O mesmo acontece com a linguagem. “Os jogos de linguagem, observa Araujo, só fixam conceitos ou ideias se isso for pertinente, necessário para a compreensão, para o uso adequado”[20].
É interessante notar que um aparelho celular, um caixa eletrônico, etc. funcionam como um signo (um sinal, como a letra “A”, “a”…). Contudo, o uso não é co-existente com o signo, compreender uma sentença sobre algo como os objetos acima, por exemplo, requer que se compreenda uma linguagem. Só como parte de um sistema de linguagem a sentença tem vida. Assim, não há comunicação onde primeiro se apresenta alguma coisa e depois nos lembramos e executamos. Primeiro as coisas se apresentam a nós, interagimos, entendemos suas regras, e aí nos inteiramos e vamos nos comunicando por elas. É como usar um manual de instruções: geralmente se olha para ele após uma interação prévia com o objeto que ele instrui. É por isso que Wittgenstein afirma: “o significado de uma palavra é seu uso na linguagem”[21]. Há ação de falar, de comunicar e os “os jogos de linguagem mostram que há acordo na ação, e por isso faz sentido seguir regras”[22]
Araujo ressalta que de modo geral, em nossa cultura, as regras são compartilhadas e permitem saber o que é relevante em cada situação. Podemos perceber isso no uso das horas. Dizemos: “é uma e meia” e não “passa meia hora de uma”. As regras, então, funcionam como facilitadoras da comunicação. Elas indicam a direção, não elucidam todas as dúvidas, o que não impede de se mostrarem eficientes para as finalidades que têm[23].

O uso da linguagem, no caso específico desse estudo, a linguagem digital, pode ser analisado pelos ângulos do letramento ou filosóficos. Havendo então essas intuições críticas podemos passar à análise dos dados e tentar compreender o que os números significam.

A ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA SOBRE LETRAMENTO DIGITAL E INFORMACIONAL EM TARAUACÁ

Como já indicado na seção Sujeitos da pesquisa, aqui analisaremos os dados que foram obtidos por meio de algumas questões do formulário de pesquisa que estão ligadas à ideia de letramento. Optamos em analisar a resposta mais citada em cada faixa etária. As questões 1 e 2 do formulário são bons pontos de partida. Na questão 1 quisemos saber: “O (a) senhor (a) tem dificuldades de utilizar tecnologias como celular, computador, caixa eletrônica, etc.? a. sempre; b. nunca; c. às vezes.

Tabela 2: Respostas à questão 1 por faixa etária.

Faixa etária

Porcentagem

Respostas

18 a 31 anos

76,6%

Às vezes

31 a 40 anos

47,4%

Às vezes

Acima de 41 anos

55,2%

Às vezes

fonte: Os pesquisadores

Essa primeira resposta nos faz refletir que embora se tenha idades diferentes e graus de instrução diferentes entre os participantes da pesquisa nenhum deles deixa de em algum momento enfrentar dificuldades ao utilizar as tecnologias digitais. É um problema ligado à ideia mesmo de letramento informacional. Na esteira de Boeres, o fato de a resposta dominante ter sido “às vezes”, nos faz supor que a fase da alfabetização informacional – ou seja, a decodificação de indicadores, o desenvolvimento de noções a respeito de instrumentos e processos de aprendizagem – já foi superada. Então, a maior parte dos entrevistados já está num quadro de letramento informacional mais ativo, pois está mais focado na ideia de funcionalidade e aplicação de processos no cotidiano[24].

A questão 2 do formulário está bem amalgamada à primeira. Perguntamos nela: “Se sim, o que dificulta sua compreensão? a. linguagem; b. tamanho da letra; c. orientações confusas; d. excesso de informações”. As respostas:

Tabela 3: Respostas à questão2 por faixa etária

Faixa etária

Porcentagem

Resposta

18 a 31 anos

54,2%

Excesso de informações

31 a 40 anos

36,4%

Excesso de informações e orientações confusas

Acima de 41 anos

44,4

Excesso de informações

fonte: Os pesquisadores

Todos os grupos etários percebem que há um excesso de informações, uma certa prolixidade talvez. O grupo de 31 a 40 anos, entretanto percebe ainda que as orientações são confusas e na mesma porcentagem. Essa informação remete à ideia de objetividade ou de efetividade comunicativa. Está imbuída naquela noção de jogo de linguagem que vimos acima. Recordando Wittgenstein, os jogos de linguagem só fixam conceitos ou ideias e regras em última instância se isso for pertinente, necessário para a compreensão e para o uso efetivo. Utilizamos antes a analogia do manual de instruções: geralmente se olha para ele após uma interação prévia com o objeto que ele instrui[25]. Nesse caso, quanto mais houver interação com o mundo digital, mais efetividade na compreensão de suas informações haverá, pois aos poucos o que não precisa ser regrado vai sendo eliminado.

Na questão 5 fizemos a seguinte interrogação: “o que o (a) senhor faz para sanar as dúvidas quanto às informações científicas e tecnológicas? a) Estudo em sites, redes sociais e apps; b) Pergunto a outras pessoas; c) Não faço nada”.

Tabela 4: Respostas à questão 5 por faixa etária

Faixa etária

Porcentagem

Respostas

18 a 31 anos

63,3%

Estudo em sites, redes sociais e apps

31 a 40 anos

55%

Estudo em sites, redes sociais e apps

Acima de 41 anos

51,7%

Estudo em sites, redes sociais e apps

fonte: Os pesquisadores

Neste caso, percebemos que os entrevistados possuem uma postura muito independente em relação às suas dúvidas científicas e tecnológicas. Cabe ressaltar que científico e tecnológico aqui estão referidos ao ambiente digital e isso foi esclarecido aos entrevistados. Dessa maneira, podemos considerar que os entrevistados estão numa situação de letramento informacional mais bem elaborada. Essa situação, indicada pelas porcentagens acima, nos leva a pensar que eles estão envolvidos num processo que integra as ações de localizar, selecionar, acessar, organizar, usar informação e gerar conhecimento visando à tomada de decisão e à resolução de problemas, conforme Guasque[26].
Nesse dado podemos usar uma ideia de Boeres que é muito pertinente. Segundo a autora, a educação mesma entrou num novo paradigma que requer dos indivíduos a capacidade de desenvolver competências para usar informação e capacidade intelectual de transformá-la em conhecimento no contexto de um aprendizado crescente e contínuo[27].

A questão número 7 está também próximo disso. Quisemos saber dos entrevistados o seguinte: O senhor (a) entende que a era digital favoreceu o senso crítico? a) não favoreceu, b) sim, bastante; c) sim, mas pouco. Coerente com a ideia de independência que notamos acima a resposta mais citado foi a da alternativa b.

Tabela 5: Respostas à questão 7 por faixa etária

Faixa etária

Porcentagem

Respostas

18 a 31 anos

63,3%

Sim, bastante

31 a 40 anos

55%

Sim, bastante

Acima de 41 anos

51,7%

Sim, bastante

fonte: Os pesquisadores

Essa é sempre uma questão complexa. Com porcentagens vultosas os entrevistados entendem que o senso crítico deles ficou mais aprimorado com a imersão no meio digital. Pode ser mesmo. Mas a desconfiança é sempre uma boa companheira. Ninguém é tão bom juiz de si mesmo, dizia Locke. Ao pensarmos nessa questão, a chamada teoria dos ídolos de Bacon nos vem muito claramente. Especialmente os ídolos da caverna e do teatro. Como vimos antes, ídolo da caverna diz respeito à própria individualidade de cada pessoa. Apaixonado por uma ideia, a pessoa pode incorrer até em fanatismo, mas pensando que está agindo de acordo com a luz da razão. Já o ídolo do teatro também é perigoso. Está ligado ao nosso seguimento às ideias de outra pessoa que divulga seus pensamentos, à leitura de livros, etc[28].

Hoje, no mundo digital, essas personagens podem ser identificadas com políticos, influencers, filósofos (e falsos filósofos) que estão nas redes sociais e que pretendem explicar o real, mas na verdade o camuflam de acordo com seus interesses; interesses inconfessáveis, para usar uma expressão consagrada. Estes, donos de persuasão acentuada, representam uma mistura do mal com o atraso, para utilizarmos outra expressão consagrada.

A última questão que queremos analisar diz respeito à questão dos golpes financeiros a que estamos nós todos sujeitos. Perguntamos na questão 10 do formulário: O (a) senhor (a) já teve algum prejuízo financeiro (golpe) ao utilizar as redes sociais/tecnologias digitais? a) sim, uma vez; b) mais, de uma vez; c) não, percebi antes; d) nunca.

Tabela 6: Respostas à questão 10 por faixa etária

Faixa etária

Porcentagem

Respostas

18 a 31 anos

37,9%

Sim, uma vez;

Nunca

31 a 40 anos

60%

Nunca

Acima de 41 anos

48,3%

Nunca

fonte: Os pesquisadores

Este é um problema maior. Está ligado à questão do letramento digital e informacional, mas o ultrapassa, visto ser uma questão combatida pela justiça e pelo sistema financeiro. Os dados da tabela 6 são indicadores da gravidade da situação. Se pensamos que 48% das pessoas acima de 41 anos nunca caíram em golpes os outros 52% ou caíram ou tiveram tentativas de golpes financeiros contra si. O mesmo exercício podemos apresentar para os entrevistados da faixa etária entre 31 e 40 anos. O que dizemos fica mais explicita se olhamos a resposta dos entrevistados mais jovens.

Uma vez mais, Francis Bacon nos ajuda a interpretar o problema. Vimos que para ele, nosso intelecto pode ser afetado pelos ídolos do foro ou do mercado. Estes provêm das inter-relações recíprocas entre nós. Devido às relações comerciais e associações recíprocas, como antes referimos, aqueles ídolos estão ligados ao discurso, à tirania e à ambição. Por causa da ambição – recordemos! – o discurso leva as pessoas a omitir, se preciso for, tudo o que é verdadeiro, para alcançar certo poder. Com os falsos discursos se bloqueia o intelecto e nem todos, por mais sábios que sejamos, somos capazes de permanecermos em sensatez[29].

Como mencionamos ainda na introdução, a pesquisa fez outras perguntas que também revelaram dados interessantes. Estes, contudo, poderão ser tratados em outro momento. É necessário fazer nossas considerações finais, pois cremos que os dados que aqui foram apresentados já ocupam e preocupam nossa mente em boa medida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao iniciarmos nossa pesquisa tínhamos como objetivo saber: por que é importante identificar as dificuldades da população de Tarauacá em relação ao uso e ao entendimento das tecnologias digitais e das informações que elas veiculam? Acreditamos termos respondido. Ao analisarmos o problema vimos que ele está, como expomos reiteradamente, vinculado à questão do letramento digital e informacional. Vimos que a população da zona urbana de Tarauacá é bastante digitalizada.

Ao aplicarmos questionários notamos que, em geral, notamos que a população tem dificuldades em usar as tecnologias digitais em poucos momentos. Os entrevistados disseram que o que mais os dificulta nessa compreensão é o excesso de informações ou ainda informações um pouco confusas. Quando essas dificuldades surgem, geralmente os entrevistados buscam superá-las em redes sociais, sites, apps, etc. uma postura que revela uma certa proatividade deles em relação ao obstáculo esporádico de compreender alguma coisa no meio digital. As pessoas entrevistadas também creem que seu senso crítico está mais aguçado em função exatamente das informações acessíveis de que dispõem. Não obstante isso, boa parte dos entrevistados já caíram em golpes financeiros.

Refletimos sobre esses dados tendo como base crítica o conceito de letramento digital e informacional e as contribuições de filósofos como Wittgenstein e Bacon. Nota-se que, em Tarauacá, o letramento acontece de forma mais independente, ou seja, cada pessoa vai imergindo no mundo digital a modo seu. Assim, a pesquisa realizada pode ensejar na vida comunitária o desejo de se aprofundar em algum aspecto da era digital de modo mais crítico. Por exemplo: se não há um curso ou tutorial sobre a inteligência artificial, as escolas poderiam pesar em fornecer um para ensinar a utilizá-la. Ou ainda, se boa parte da comunidade sofre com golpes e tentativas de golpe, o poder público poderia organizar uma campanha sobre como se precaver disso mais voltada para as características da população.

A pesquisa que aqui apresentamos pôs luz apenas em algumas questões. Possivelmente outras questões podem ser aprofundadas. Não pensamos sobre o problema tão recorrente do bulling no mundo digital (ciberbulling), crimes contra a vida, problemas relacionados ao excesso de telas e como esse excesso afeta a saúde da população de Tarauacá. Há também questões como a digitalização dos estudos até entre os adolescentes. Em suma, nosso estágio cultural é bastante tecnológico e digitalizado e requer de nós uma postura sempre atenta, pois muitas coisas nos são ditas e elas forçam o intelecto ao equívoco, perturbando-o por completo. De modo que corremos sempre o risco de pensarmos estar abraçados ao acerto quando podemos estar amarrados ao erro e ao engano…

REFERÊNCIAS

Araujo, Inês Lacerda. Do signo ao discurso. Introdução à filosofia da linguagem. São Paulo, Parábola Editorial: 2004.

Bacon, Francis. Novum Organum ou Verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza. Trad. José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2005 (Col. Os Pensadores).

Boeres, Sônia. O letramento e a organização da informação digital aliados ao aprendizado ao longo da vida. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, SP, v. 16, n. 2, p. 483–500, 2018.

Gasque, Kelly. Arcabouço conceitual do letramento informacional. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 39 n. 3, p.83-92, set./dez., 2010. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/9263. Acesso em 12 jul. 23.

Grawitz, Madeleine. Métodos y técnicas de las ciências Sociales. Barcelona: Hispano Europea, 1975, vol. 2.

Nascimento, Adecacio Barros. Santos, Antonio Macedo. Francis Bacon e a nova metodologia científica In Logos: Revista de iniciação científica da Faculdade Diocesana São José – FADISI, Rio Branco, AC jun/jul 2018, n. 10, p. 25-35.

Rampazzol, Lino. Metodologia científica. 8ª. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

Wittgenstein, Lwdwig. Philosophicals investigations. 3ª. ed. Oxford: Blackwel, 2001.

* Mestrado em Educação e docente Ifac-CTA.
* Estudante do Curso Integrado de Administração e bolsista do projeto.
[1] Cf. Roque, Tatiana. O negacionismo no poder: Como fazer frente ao ceticismo que atinge a ciência e a política. Revista Piauí, nº. 161, fev. 2020.
[2] Cf. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Brasileiro de 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2023.
[3] Cf. Boeres, Sônia. O letramento e a organização da informação digital aliados ao aprendizado ao longo da vida. In.: RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, SP, v. 16, n. 2, p. 483–500, 2018.
[4] Cf. Gasque, Kelly. Arcabouço conceitual do letramento informacional. In.: Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 39 n. 3, p.83-92, set./dez., 2010.
[5] Cf. Rampazzol, Lino. Metodologia científica. 8ª. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002, p. 54.
[6] Cf. Grawitz, Madeleine. Métodos y técnicas de las ciências Sociales. Barcelona: Hispano Europea, 1975, vol. 2, p. 289.
[7] Cf. Boeres, Sônia. O letramento e a organização da informação…, p. 485.
[10] Gasque, Kelly. Arcabouço conceitual do letramento informacional, p. 83.
[11] Cf. Boeres, Sônia. O letramento e a organização da informação…, p. 487.
[12] Cf. Bacon, Francis. Novum Organum ou Verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza. Trad. José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2005, § 39-41, p. 40-41 (Col. Os Pensadores); Nascimento, Adecacio Barros. Santos, Antonio Macedo. Francis Bacon e a nova metodologia científica. In.: Logos: Revista de iniciação científica da Faculdade Diocesana São José – FADISI, Rio Branco, AC jun/jul 2018, n. 10, p. 25-35.
[13] Cf. Bacon, Francis. Novum Organum… § 41; Nascimento, Adecacio B- Santos, Antonio M. Francis Bacon e a nova metodologia científica…, p. 27.
[14] Cf. Nascimento, Adecacio B- Santos, Antonio M. Francis Bacon e a nova metodologia científica…, p. 28.
[15] Cf. Bacon, Francis. Novum Organum… § 42; Nascimento, Adecacio B- Santos, Antonio M. Francis Bacon e a nova metodologia científica…, p. 29.
[16] Cf. Bacon, Francis. Novum Organum… § 43; Nascimento, Adecacio B- Santos, Antonio M. Francis Bacon e a nova metodologia científica…, p. 30.
[17] Cf. Bacon, Francis. Novum Organum… § 44; Nascimento, Adecacio B- Santos, Antonio M. Francis Bacon e a nova metodologia científica…, p. 32
[18] Cf. Bacon, Francis. Novum Organum… § 40.
[19] Cf. Araujo, Inês Lacerda. Do signo ao discurso. Introdução à filosofia da linguagem. São Paulo, Parábola Editorial: 2004, p. 107-108.
[20] Cf. Araujo, Inês Lacerda. Do signo ao discurso…, p. 109.
[21] Cf. Wittgenstein, Lwdwig. Philosophicals investigations. 3ª. ed. Oxford: Blackwel, 2001, 18e, § 43.
[22] Cf. Araujo, Inês Lacerda. Do signo ao discurso…, p. 112.
[23] Cf. Araujo, Inês Lacerda. Do signo ao discurso…, p. 113.
[24] Cf. Boeres, Sônia. O letramento e a organização da informação… p. 485.
[25] Cf. Araujo, Inês Lacerda. Do signo ao discurso… p. 107-108.
[26] Cf. Gasque, Kelly. Arcabouço conceitual do letramento informacional, p. 83.
[27] Cf. BOERES, S. O letramento e a organização da informação digital… p. 483–500.
[28]Cf. Nascimento, Adecacio B- Santos, Antonio M. Francis Bacon e a nova metodologia científica…, p. 32.
[29] Cf. Bacon, Francis. Novum Organum… § 43.



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