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25/04/2025

Sidônio expande influência e atua como gerente de crises – 25/04/2025 – Poder

Catia Seabra

Nomeado com a tarefa de melhorar a imagem do presidente Lula (PT), o titular da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Sidônio Palmeira, expandiu seu poder desde que chegou ao Palácio do Planalto, em janeiro.

Alçado à condição de um dos principais conselheiros do presidente, Sidônio tem sido escalado para a gestão de sucessivas crises. De temas econômicos a escândalos, como o desconto sem autorização sobre benefícios do INSS, o publicitário tem buscado antecipar ao presidente estratégias para amenizar a repercussões no noticiário, chegando a influenciar nas próprias decisões governamentais.

É raro que Sidônio não esteja no primeiro horário da agenda oficial do presidente, além de participar de reuniões no Palácio da Alvorada, até durante fins de semana e feriado.

Assim que assumiu, Sidônio foi um dos mais enfáticos defensores da revogação da norma da Receita Federal que ampliava a fiscalização sobre transações de pessoas físicas via Pix que superassem R$ 5.000 por mês. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), saiu derrotado da reunião em que Lula decidiu pelo recuo.

Antes mesmo de chegar ao governo, o publicitário atuou na produção e na concepção do pronunciamento no qual Haddad apresentou o ajuste fiscal, incluindo na mensagem a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 mensais, em novembro. Isso também à revelia do ministro da Fazenda.

Embora a inclusão da proposta tenha causado abalos no mercado, com desvalorização da moeda brasileira e quedas na bolsa, Sidônio ampliou sua influência, sendo acionado em momentos críticos.

Foi o que aconteceu na quarta-feira (23), quando o então presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Alessandro Stefanutto, foi exonerado após deflagração de operação da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) para combater um esquema nacional de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões.

Recrutado pelo presidente, Sidônio comandou reunião de emergência com ministros. Aos ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, da Controladoria-Geral da União, Vinicius Marques de Carvalho, da Previdência, Carlos Lupi, e ao superintendente da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o publicitário recomendou que evidenciassem que a operação era uma iniciativa do governo com intuito de proteger os beneficiários do INSS.

Sidônio sugeriu ainda que frisassem que as associações sob investigação foram credenciadas na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e foram investigadas. Outra sugestão foi para que destacassem a decisão do governo de buscar ressarcimento às vítimas do esquema.

Ainda segundo relatos, Sidônio teria aventado a possibilidade de Lupi (PDT) demitir o ex-presidente do INSS, já durante a coletiva. Lupi chegou a dizer, no entanto, que não pretendia demiti-lo. O ministro afirmou que o então chefe do INSS era um servidor que se mostrava exemplar e que não deveria “ser queimado na fogueira” sem saber antes do que estava sendo acusado, o que disse desconhecer também.

A resistência de Lupi desagradou uma ala do governo, mas não a ponto de levar à demissão do ministro. Nesta quinta-feira (25), Sidônio coordenou a convocação de uma coletiva, desta vez dentro do Palácio do Planalto, para anunciar que todos os benefícios descontados de forma indevida na folha de pagamentos de beneficiários do INSS serão restituídos, em um plano de devolução que ainda será apresentado pelo governo federal.

Segundo integrantes do governo, a estratégia é a de manter o controle da narrativa do caso, levando para dentro do Palácio o protagonismo da defesa de aposentados e pensionistas. Outra orientação de Sidônio foi para que evidenciassem que o número de afetados representa uma parcela do universo dos beneficiários. A cúpula do Ministério da Previdência não participou da organização da coletiva.

Antes da atual crise, o governo não conseguiu reverter o impacto negativo sobre sua popularidade decorrente da alta de preços. Em fevereiro, Sidônio participou de operação para tentar reverter de forma rápida a suspensão das linhas de crédito subsidiado do Plano Safra, sob o temor de que a medida acabasse alimentando uma nova onda de desgastes para o Executivo.

Mas as medidas não detiveram os reflexos, segundo a avaliação do governo. Aliados do presidente também temem que o envolvimento de Sidônio em decisões estratégicas deixe em segundo plano medidas inerentes à Secom, como o planejamento de licitação para a comunicação digital. Segundo projeções do governo, a concorrência só deverá ser lançada em novembro.



Fonte: Folha UOL

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