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28/04/2025

Paquistão diz que Índia prepara incursão militar iminente – 28/04/2025 – Mundo

Asif Shahzad

O ministro da Defesa do Paquistão afirmou nesta segunda-feira (28) que uma incursão militar da vizinha Índia era iminente, após um ataque contra turistas na Caxemira na semana passada, enquanto as tensões aumentam entre as duas nações nucleares.

O ataque matou 26 pessoas e desencadeou indignação na Índia, de maioria hindu, e com pedidos de ação contra o Paquistão, de maioria muçulmana. Nova Déli acusa Islamabad de apoiar o terrorismo na Caxemira, uma região que ambos reivindicam e pela qual já travaram guerras.

“Reforçamos nossas forças porque é algo que é iminente agora. Então, nessa situação, algumas decisões estratégicas precisam ser tomadas, e essas decisões foram tomadas”, disse o inistro da Defesa Khawaja Muhammad Asif à Reuters em uma entrevista em seu escritório em Islamabad.

Asif disse que a Índia estava aumentando a retórica agressiva e que os militares paquistaneses informaram o governo sobre a possibilidade de um ataque indiano. Ele não entrou em detalhes para explicar por que uma incursão seria iminente.

Os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa da Índia não responderam a pedidos de comentário da agência Reuters.

Após o ataque na Caxemira, a Índia afirmou que dois dos terroristas seriam paquistaneses. Islamabad negou qualquer envolvimento e pediu uma investigação neutra. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu perseguir e punir os atacantes.

O Paquistão está em alerta máximo, mas só usará suas armas nucleares se “houver uma ameaça direta à nossa existência”, disse Asif, um político veterano e membro do partido governante Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz, que historicamente buscou negociações de paz com a Índia.

‘ATO DE GUERRA’

O ministro acrescentou que Islamabad havia abordado países amigos, incluindo estados do Golfo e a China, e também informou o Reino Unido, os Estados Unidos e outros sobre a situação.

“Alguns de nossos amigos no Golfo Arábico conversaram com ambos os lados”, disse Asif, sem nomear os países.

A China afirmou nesta segunda-feira que esperava contenção da situação e recebeu com satisfação medidas para acalmar a situação. Asif disse que os EUA, até agora, estavam “se mantendo afastados” de intervir no assunto.

O presidente americano, Donald Trump, afirmou na semana passada que a Índia e o Paquistão resolveriam as relações entre si, mas o Departamento de Estado posteriormente disse que Washington estava em contato com ambos os lados, instando-os a trabalhar por uma “solução responsável”.

Washington já ajudou anteriormente a acalmar as tensões entre os dois países, que obtiveram independência em 1947, quando a gestão colonial britânica em retirada dividiu o subcontinente em dois Estados, desde então em uma relação, com idas e vindas, em geral hostil.

Nova Déli e Islamabad tomaram uma série de medidas um contra o outro desde o ataque na Caxemira. A Índia suspendeu o Tratado das Águas do rio Indo —um importante pacto de compartilhamento de rios. O Paquistão fechou seu espaço aéreo para companhias aéreas indianas.

Asif disse que era um “ato de guerra” privar áreas vulneráveis de água, e que o tratado, que resistiu a conflitos passados, era apoiado por garantidores internacionais. “Já recorremos aos setores relevantes no que diz respeito a este tratado”, disse ele, pedindo à comunidade internacional e ao Banco Mundial que protejam o pacto.

A Índia também acusou o Paquistão de apoiar terroristas islâmicos que realizaram os ataques de Mumbai em 2008, que mataram mais de 166 pessoas, incluindo estrangeiros. O Paquistão nega as acusações.



Fonte: Folha UOL

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