Conheça Karla Martins, produtora acreana que amplia os horizontes do cinema fora do eixo

Contadora de histórias. Produtora. Atriz. Cofundadora da Mídia Ninja. Originária do Acre, Karla Martins viveu muitas vidas no âmbito artístico e militante, mas todos os seus trabalhos têm uma coisa em comum: o desejo de colocar em evidência as culturas do Brasil além do eixo Rio-São Paulo.

Formada em Artes Cênicas e pós-graduada pelo Instituto Superior de Arte em Havana, Cuba, Karla trilhou sua trajetória pelo ativismo. Como professora, trabalhou na Universidade Federal do Acre e começou a participar de projetos de extensão universitária com o objetivo de atuar em locais de difícil acesso. Martins também atuou na Reserva Extrativista Chico Mendes e como gestora cultural no Acre.

Ao ver seu currículo recheado, não restam dúvidas: a carreira de Karla Martins é ‘fora do eixo’, uma constante luta para que o Brasil seja visto como um todo. “O que me inspira como produtora é contar e visibilizar o lugar onde eu estou porque, de certa maneira, quando eu visibilizo meu território, eu visibilizo, também, de maneira macro, o país”, disse a atriz.

Quando se trata do audiovisual, a ativista se considera jovem no ramo. Sua primeira experiência foi como produtora, trinta anos atrás, quando foi convidada para fazer a produção local de uma série documental dirigida pelo aclamado diretor Philippe Barcinski (Entre Vales). O documentário foi exibido pela TV Cultura, com o objetivo de mostrar cada estado narrado por uma personalidade local. Na ocasião, a figura escolhida foi Txai Macedo, cantor e indigenista.

Karla se lembra desse primeiro contato com clareza: ela recebeu um pequeno manual de instruções, se juntou à equipe e passou dez dias visitando territórios indígenas. Segundo Martins, essa experiência foi fundamental para seu desenvolvimento artístico: “Eu vi, entendi um pouco do lugar de onde eu vinha e fui entendendo esse mecanismo que era o audiovisual.”

O trabalho deu frutos: em 2024, o primeiro longa-metragem do Acre, Noites Alienígenas, venceu diversas categorias no 50º Festival de Cinema de Gramado, incluindo Melhor Filme. Karla, que produziu a obra, conta que a decisão de investir no longa está ligada ao desejo de colocar luz onde não se vê. “Parte do nosso desejo de realmente relatar o que estava acontecendo nesse lugar. É uma realidade que está em todos os estados amazônicos.”

Com a experiência renovada e um olhar sensível — mas realista — sobre o seu lar, a produtora ainda acredita que a palavra que melhor define o cinema nacional tem onze letras e carrega um significado essencial: diversidade.

A determinação da professora em trazer atenção para todos os tipos de brasilidades será o tema da sua participação no Circuito de Formação Cine Ninja 2025. Karla se junta a Clemilson Farias, produtor e coordenador do Matapi – Mercado Audiovisual do Norte, para ministrar um aulão com o tema “Cinema fora do eixo: desafios e potências do Brasil Profundo”, no dia 27 de abril, às 19h, online.

“O brasileiro tem muitas nuances, como é o próprio Brasil: muitas realidades, muitas histórias. O cinema nacional (…) tem muitas possibilidades — do longa ao curta, do documentário à ficção. É uma multiplicidade”, afirma Martins. Ao ser perguntada sobre o que os estudantes podem esperar do seu aulão, ela destacou, mais uma vez, a pluralidade cultural e a defesa da identidade: “Um momento de contar histórias e compartilhar a vivência que venho trazendo desse território. De caminhar, de acreditar que a gente precisa contar histórias de onde a gente está.”

Por Mídia Ninja

Fonte: Blog do Accioly

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