Um caso intrigante envolvendo o Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês) tem levantado suspeitas de manipulação e “lawfare” contra figuras ligadas ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Segundo um artigo publicado no The Wall Street Journal em 27 de julho de 2025, por Mary Anastasia O’Grady, um documento supostamente falso de entrada nos Estados Unidos, referente ao ex-assessor de Bolsonaro, Filipe Martins, foi publicado duas vezes no site oficial do CBP em Orlando, Flórida, desde 2024.
A situação, descrita como “algo de podre” no escritório do CBP, sugere possíveis irregularidades em um dos órgãos mais importantes de controle de imigração dos EUA.
O Caso do Documento Falso
O documento em questão é um formulário I-94, que registra entradas e saídas de estrangeiros nos Estados Unidos. De acordo com o The Wall Street Journal, o registro atribuído a Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, foi identificado como fraudulento e, ainda assim, apareceu no sistema oficial do CBP em duas ocasiões distintas desde o início de 2024.
A publicação levanta a hipótese de que a inclusão desse documento falso pode fazer parte de uma estratégia de “lawfare” — o uso de processos legais para atacar adversários políticos —, especialmente considerando o contexto político polarizado envolvendo o ex-presidente brasileiro.
Filipe Martins, que foi uma figura próxima de Bolsonaro durante seu mandato, é apontado como alvo de investigações no Brasil. A manipulação de registros de imigração nos EUA poderia ser uma tentativa de criar evidências comprometedoras contra ele, segundo a análise de O’Grady. O fato de o documento ter sido publicado no sistema oficial do CBP, uma instituição renomada por sua segurança e rigor, levanta questões sobre como e por quem ele foi inserido
Vários Jornais repercutiram e compartilharam trechos do artigo do The Wall Street Journal, chamando atenção para as implicações políticas do incidente. Veículos brasileiros, incluindo Metrópoles, Gazeta do Povo, Jornal da Cidade Online, Revista Oeste, Estadão, Poder360, UOL e CNN Brasil, também repercutiram a história, todos citando a matéria original de O’Grady.
A jornalista do The Wall Street Journal sugere que o caso pode indicar uma falha de segurança no CBP ou, mais preocupante, uma ação deliberada para comprometer a credibilidade de figuras ligadas a Bolsonaro. A repetição do incidente — com o documento sendo publicado duas vezes — reforça a gravidade do problema, levantando suspeitas de que o sistema do CBP pode ter sido comprometido.
Contexto Político e Implicações
O caso ocorre em um momento de tensão política no Brasil, onde investigações contra aliados de Bolsonaro têm se intensificado. A possibilidade de um documento falso ser inserido em um sistema oficial de um órgão estrangeiro como o CBP alimenta teorias de que forças políticas podem estar utilizando táticas de manipulação para atingir adversários.
O termo “lawfare” usado por O’Grady reflete a percepção de que sistemas judiciais e administrativos estão sendo instrumentalizados para fins políticos. Embora não haja, até o momento, evidências conclusivas sobre quem seria responsável pela falsificação ou como ela foi realizada, o incidente coloca em xeque a integridade dos processos de controle de imigração dos EUA e levanta preocupações sobre a segurança de dados sensíveis no CBP.
Próximos Passos
O The Wall Street Journal não detalha se o CBP iniciou uma investigação interna para apurar a origem do documento falso ou como ele foi inserido no sistema. No entanto, o caso deve gerar pressão para que as autoridades americanas esclareçam o ocorrido, especialmente considerando a gravidade de uma possível violação em um órgão federal.
No Brasil, a notícia tem alimentado debates sobre a perseguição política a aliados de Bolsonaro, com apoiadores do ex-presidente apontando o caso como mais um exemplo de tentativas de descredibilização.
Enquanto respostas concretas não surgem, o mistério em torno do CBP em Orlando continua a reverberar, com implicações que vão além das fronteiras dos Estados Unidos e do Brasil. A comunidade internacional aguarda esclarecimentos sobre o que realmente está por trás desse caso inquietante.