Na madrugada de quarta-feira, 30 de julho de 2025 (horário local, noite de terça-feira, 29, no Brasil), um poderoso terremoto de magnitude 8,8 abalou a Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, desencadeando um tsunami que impactou diversas regiões do Oceano Pacífico. O tremor, registrado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), é considerado o mais forte desde o desastre de Fukushima, no Japão, em 2011, e está entre os dez maiores da história.
O epicentro foi localizado a cerca de 125 km a sudeste de Petropavlovsk-Kamchatsky, uma cidade de 165 mil habitantes, com profundidade rasa de 19,3 km, o que intensificou o risco de tsunamis.
Impactos na Rússia
O terremoto, descrito pelo governador de Kamchatka, Vladimir Solodov, como o mais forte em décadas na região, causou danos materiais significativos, mas não há registros de mortes até o momento. Na cidade portuária de Severo-Kurilsk, nas Ilhas Curilas, ondas de tsunami de até 5 metros inundaram portos, arrastaram embarcações e danificaram estruturas, incluindo um jardim de infância e instalações de processamento de pescado.
Cerca de 2.700 moradores foram evacuados para áreas seguras. O Ministério do Interior da Rússia confirmou ferimentos leves, incluindo em um aeroporto regional. O vulcão Klyuchevskoy, na mesma região, entrou em erupção após o tremor, segundo a agência russa RIA.
Efeitos no Japão e Havaí
O tsunami gerou ondas de até 1,3 metro em Hokkaido, no norte do Japão, levando a evacuações em várias regiões costeiras, de Hokkaido a Kyushu. A usina nuclear de Fukushima, palco do desastre de 2011, foi evacuada por precaução, mas não há relatos de danos ou anormalidades. No Havaí, ondas de até 1,8 metro atingiram a costa, com evacuações em Oahu, incluindo Honolulu. Voos foram cancelados em Maui, e atividades comerciais foram suspensas. O presidente dos EUA, Donald Trump, usou redes sociais para alertar sobre o tsunami, pedindo que a população permanecesse segura.
Alertas e Impactos no Pacífico
O terremoto desencadeou alertas de tsunami em diversos países banhados pelo Oceano Pacífico, incluindo Estados Unidos (Alasca, Califórnia, Oregon, Washington), México, Guatemala, Equador, Chile, Colômbia, Peru, Polinésia Francesa, Taiwan, Nova Zelândia e Tonga. No Equador, as Ilhas Galápagos foram colocadas em alerta, com proibição de acesso a praias.
No México e na Guatemala, autoridades recomendaram evitar áreas costeiras, embora o risco de tsunami tenha sido considerado baixo em algumas regiões. A Colômbia emitiu alertas para Chocó e Nariño, e o tráfego marítimo foi suspenso em vários países.Contexto GeológicoA Península de Kamchatka está localizada no Círculo de Fogo do Pacífico, uma região de intensa atividade sísmica e vulcânica. Segundo a Academia Russa de Ciências, este foi o maior terremoto na região desde 1952. Apesar da magnitude, a intensidade do tremor foi mitigada por características específicas do epicentro, segundo Danila Chebrov, do Serviço Geofísico de Kamchatka. Tremores secundários de magnitudes 6,3 e 6,9 foram registrados, e réplicas de até 7,5 são esperadas nas próximas semanas.
Sistemas de Alerta e Resposta
A rápida resposta dos sistemas de alerta de tsunami no Japão, Havaí e outros países minimizou danos e evitou perdas humanas. Sirenes, mensagens em tempo real e evacuações ordenadas foram cruciais. No Japão, trens foram suspensos, e no Havaí, helicópteros e equipes de resgate foram mobilizados. O Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico informou que ondas de até 3 metros eram possíveis em algumas áreas, mas os alertas foram rebaixados em várias regiões horas após o evento.
Perspectiva Histórica
Com magnitude 8,8, o terremoto de Kamchatka de 2025 é superado por apenas cinco outros na história, como o de Valdivia, Chile (1960, magnitude 9,5), e o de Fukushima (2011, magnitude 9,1).
A preparação de países como Japão e Havaí, com infraestrutura resistente e sistemas de alerta avançados, foi essencial para limitar os impactos em comparação com eventos históricos.
Situação Atual
Embora os alertas de tsunami tenham sido reduzidos em algumas áreas, as autoridades continuam monitorando o risco de novas ondas e tremores secundários. A combinação de magnitude elevada, profundidade rasa e localização no Círculo de Fogo destaca a importância de sistemas de alerta robustos e preparação para desastres naturais.Com informações do The Wall Street Journal, G1, CNN Brasil, Metrópoles, BBC News Brasil, e posts no X.