San Salvador, 16 de março de 2025 – O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou hoje a chegada dos primeiros 238 supostos membros da organização criminosa venezuelana Tren de Aragua, deportados dos Estados Unidos. Em uma publicação em suas redes sociais, Bukele informou que os detentos foram imediatamente transferidos para o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), uma prisão de segurança máxima construída para abrigar criminosos de alta periculosidade.
O acordo, firmado entre os governos de El Salvador e dos EUA, prevê que o país centro-americano receba uma compensação financeira por cada preso, em um modelo que Bukele descreveu como uma parceria vantajosa para ambos os lados.
Segundo o presidente salvadorenho, os Estados Unidos pagarão uma taxa por detento – valor que ele classificou como “muito baixo” para os padrões americanos, mas “muito significativo” para El Salvador. “Isso nos permitirá tornar nosso sistema prisional autossustentável”, afirmou Bukele, destacando que os deportados permanecerão no CECOT por um período inicial de um ano, com possibilidade de renovação. Ele também enfatizou que os indivíduos “não poderão voltar aos EUA nem causar problemas em El Salvador”, reforçando a política de tolerância zero contra o crime que marcou sua gestão.
A operação ocorre em meio a uma cooperação crescente entre os dois países. O recém-empossado secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, elogiou a iniciativa, declarando que “El Salvador está ajudando a resolver um problema que afeta a segurança regional”. Nos Estados Unidos, a deportação foi conduzida sob a controversa Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, que permite a expulsão de cidadãos estrangeiros considerados ameaças à segurança nacional.
Apesar de uma tentativa judicial de bloquear os voos, a transferência foi concluída antes que a ordem pudesse ser efetivada. O Tren de Aragua, originário da Venezuela, é conhecido por suas atividades criminosas transnacionais, incluindo tráfico de drogas, extorsão e assassinatos. Nos últimos anos, a organização expandiu sua presença em países da América Latina e chegou aos EUA, onde autoridades relatam um aumento de crimes associados ao grupo. A decisão de enviá-los a El Salvador, no entanto, levanta questões sobre os impactos humanitários e logísticos da medida, especialmente diante das condições já superlotadas do sistema prisional salvadorenho.
Enquanto Bukele celebra o acordo como um marco em sua estratégia de segurança, críticos apontam que a parceria pode sobrecarregar ainda mais o CECOT, que já abriga milhares de presos ligados às gangues locais, como a MS-13 e o Barrio 18. Até o momento, não foram divulgados detalhes adicionais sobre o valor exato pago por detento ou o número total de deportados que El Salvador planeja receber no futuro.
A iniciativa reforça a imagem de Bukele como líder linha-dura no combate ao crime, mas também alimenta o debate sobre os limites de sua política de segurança e as implicações de transformar El Salvador em um destino para criminosos deportados de outras nações.
🚨URGENTE – Nayib Bukele, presidente se El Salvador, anuncia a chegada dos primeiros 238 membros do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua, que vieram dos EUA!
El Salvador será pago para receber cada detento em suas prisões pic.twitter.com/wU9taVbMz1
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) March 16, 2025
Today, the first 238 members of the Venezuelan criminal organization, Tren de Aragua, arrived in our country. They were immediately transferred to CECOT, the Terrorism Confinement Center, for a period of one year (renewable).
The United States will pay a very low fee for them,… pic.twitter.com/tfsi8cgpD6
— Nayib Bukele (@nayibbukele) March 16, 2025