Em 9 de julho de 2025, o Departamento de Estado dos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, emitiu uma declaração em defesa da plataforma X, de propriedade de Elon Musk, após o início de uma investigação criminal pelo Ministério Público de Paris.
A investigação francesa apura supostas práticas de manipulação algorítmica e extração fraudulenta de dados, levantando tensões entre liberdade de expressão e regulação digital. De acordo com o Escritório de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho (DLR) do Departamento de Estado, a investigação francesa envolve um pedido de acesso ao algoritmo proprietário da X, com alegações de que a plataforma teria sido classificada como um “grupo do crime organizado” por um promotor francês. A declaração oficial, publicada na própria X, critica a ação como uma tentativa de censura e reafirma o compromisso dos EUA em proteger a liberdade de expressão de seus cidadãos contra “atos de censura estrangeira”.
O Departamento enfatizou que “governos democráticos devem permitir que todas as vozes sejam ouvidas, não silenciar discursos que desagradam”. No entanto, o Ministério Público de Paris negou ter rotulado a X como uma organização criminosa, esclarecendo que a investigação se concentra em possíveis violações relacionadas à interferência estrangeira e uso indevido de dados.
A denúncia que deu origem ao inquérito partiu, entre outros, do deputado francês Eric Bothorel, que acusou a plataforma de manipular seu algoritmo para fins políticos. A X, por sua vez, classificou a investigação como “politicamente motivada” e se recusou a fornecer acesso a seu algoritmo ou a dados em tempo real, argumentando que isso violaria direitos de privacidade e liberdade de expressão.O caso reflete um embate crescente entre governos e plataformas digitais sobre regulação e responsabilidade.
Enquanto a França defende que a ausência de accountability pode ameaçar a liberdade de expressão, críticos da investigação, incluindo Musk e apoiadores da administração Trump, alegam que ela representa um ataque à livre manifestação de ideias. O debate é ainda mais acirrado pelo contexto político: a administração Trump tem criticado consistentemente ações regulatórias europeias contra empresas de tecnologia americanas, como no caso da prisão de Pavel Durov, do Telegram, também na França.Até o momento, a investigação francesa segue em curso, sem conclusões definitivas. A controvérsia destaca os desafios de equilibrar liberdade de expressão, proteção de dados e soberania nacional em um cenário digital globalizado. Para atualizações, recomenda-se acompanhar comunicados oficiais do Ministério Público de Paris e da plataforma X.
