Por: Cristiane Barbieri
“Hoje em dia, sabemos que há cerca de 60 milhões de pessoas usando cartões de desconto, que são produtos baratos, sem qualquer tipo de regulação e fiscalização, mas que possibilitam a realização de consultas e exames”, disse Rebello, em seu voto, em reunião da diretoria colegiada realizada sexta-feira, 27. “É a forma como essas pessoas encontraram de ter acesso aos serviços de saúde.”
Para ele, porém, é preciso rever as regras dos planos exclusivamente ambulatoriais para “dar a esses consumidores a possibilidade de ter planos de saúde com preços mais baixos, regras claras e coberturas garantidas, possibilitando o cuidado com a saúde e a realização de consultas e exames como forma de prevenir doenças ou identificá-las em fase inicial”.
Grupo é contra regulação pela ANS
Maior empresa da área de cartões de desconto, com atendimento a 7 milhões de famílias e faturamento de R$ 2,8 bilhões apenas com consultas médicas, odontológicas e exames, o AmorSaúde, evidentemente, discorda. A empresa faz parte do Grupo Cartão de Todos, que tem receita anual de R$ 5 bilhões. Apesar de o serviço final da AmorSaúde ser ligado à área, a companhia diz oferecer apenas descontos e que não pode ser caracterizada como operadora de plano de saúde, que responde a regulamentações pesadas da agência.
“A competência da ANS é determinada pela Lei 9.961/2000, que se refere a ‘promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores’”, diz Ícaro Vilar, CEO da AmorSaúde Brasil. “Assim, é possível afirmar que não é atribuição da ANS a criação de produtos que poderiam ser comercializados pelas operadoras de plano de saúde.”