Por: Julio Wiziack
Uma força-tarefa da Polícia Federal, Banco Central e Febraban (Federação Brasileira de Bancos) pretende criar novos mecanismos de prevenção a doações ilegais em dinheiro vivo nas eleições.
A iniciativa partiu do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que busca corrigir falhas do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) no primeiro turno das eleições municipais.
Ao Painel S.A. Rodrigues afirmou que foram realizados saques em numerário de mais de R$ 50 milhões sem que a comunicação tenha chegado à Polícia Federal. Os recursos podem ter sido destinados a campanhas.
“Um dos saques foi de R$ 5 milhões e, estranhamente, não foi informado pelo Coaf”, disse Rodrigues.
Consultado, o Coaf não respondeu.
Preocupado com a situação, Andrei Rodrigues ligou para o presidente da Febraban, Isaac Sidney, em busca de uma solução para intensificar o controle das operações de saques no segundo turno.
Na conversa com o diretor da PF, Sidney apresentou saídas, mas todas elas exigiriam portarias do Banco Central e mudanças nos sistemas dos bancos, algo que, na prática, adia a implementação das novas ferramentas para as próximas eleições.
Uma das medidas aventadas foi a redução do valor dos saques de R$ 50 mil para R$ 10 mil. Além disso, o prazo para liberação do dinheiro na boca do caixa passaria para cinco dias. Hoje são três. As regras para declaração da destinação dos recursos sacados continuariam vigentes.
Os bancos avaliam que não será possível implementar essa medida no segundo turno das eleições porque ela colocaria em regime de restrição todo o país. Não seria possível aplicá-lo somente nas poucas cidades onde ocorrerá segundo turno.
Procurada, a Febraban confirmou que o diretor da PF e o presidente da Febraban conversaram sobre as apreensões em espécie de numerários em patamares elevados no primeiro turno das eleições.
Via assessoria, a federação informou que ambos falaram também sobre medidas adicionais para o segundo turno, inclusive em conjunto com o Banco Central.
“O diretor geral da PF e o presidente da Febraban acertaram que os procedimentos de controle serão intensificados e que os bancos continuarão adotando todas as medidas de registro para prevenção de qualquer prática ilícita de saques de dinheiro no segundo turno”, disse em nota.
“Foi dito ainda por Isaac Sidney ao Diretor Geral da PF que o setor financeiro é altamente regulado, especialmente suas áreas de prevenção à lavagem de dinheiro, com atuação firme do Banco Central, e que todas essas movimentações suspeitas continuarão a ser objeto de comunicação prévia às autoridades competentes, pois os bancos não serão canal de irregularidade que possa macular o pleito eleitoral.”
Com Diego Felix
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