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14/03/2025

Nunes e Boulos cancelam agendas após chuvas em São Paulo – 12/10/2024 – Poder



Por: Marcos Hermanson, Isabella Menon, Manoella Smith

A chuva que atingiu São Paulo e deixa parte da população sem luz virou tema da campanha dos candidatos a prefeitura da cidade. Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) cancelaram as agendas que estavam previstas anteriormente e visitaram áreas atingidas pela tempestade.

Boulos responsabilizou o candidato a reeleição pelos estragos na cidade. “Parece que não tem prefeito”, afirmou. “Uma chuva que durou menos de uma hora, uma ventania na cidade, e é isso que vira. Tem árvore caindo, porque não tem poda adequada pela prefeitura”.

Nunes participaria de uma missa no Santuário Nacional de Aparecida, no Vale do Paraíba, em homenagem ao dia da padroeira. Ele cancelou a viagem para acompanhar equipes de zeladoria na capital paulista, segundo sua assessoria de imprensa.

O candidato do PSOL visitou moradores do Campo Limpo, na zona sul da cidade, e atacou o seu rival. “Não adianta agora, porque está a 15 dias da eleição, o prefeito querer fazer cena, dizer que está preocupado. Não fez o que tinha que fazer”, disse.

A região teve uma morte devido à chuva na capital paulista. A vítima foi atingida por uma árvore que caiu. Segundo Boulos, os moradores tinham pedido a poda no local, o que não foi feito.

“O que estamos vivendo hoje é fruto de um descaso. De um lado, do prefeito, que não se comportar como prefeito de verdade. De outro lado, da Enel, que é uma companhia que a gente sabe que tem um serviço péssimo na cidade”, afirmou.

Questionado sobre as declarações do adversário, Nunes disse que o candidato do PSOL “está lacrando” enquanto ele “está trabalhando”. “Boulos é um oportunista profissional, que gosta de falar muito e fazer pouco”, declarou em nota.

“A Enel é concessão, a fiscalização é do governo federal. Fui para Brasília várias vezes, entrei na Justiça fazendo a defesa do interesse da população de São Paulo. Ele [Boulos], como deputado federal, não fez nada”, afirmou.

Enquanto Nunes falava com os jornalistas na Lapa, moradores se manifestaram contra o prefeito e sua gestão. “Vai para casa, Nunes”, “sai daqui”, “vai embora” e “corrupto”, gritaram.

Na entrevista, o prefeito citou o presidente Lula (PT), apoiador da candidatura do PSOL em São Paulo. “A gente viu o Presidente da República, em junho, na Europa, dando um depoimento que eles estão já trabalhando para fazer a renovação para Enel. E ele [Boulos], como deputado federal, não fez absolutamente nada”, afirmou.

Ele se refere à declaração de Lula durante reunião da cúpula do G7, em junho, na Itália. O presidente afirmou que o Brasil estava disposto a renovar o contrato com a Enel caso a empresa cumprisse a promessa de acabar com apagões e investir R$ 18 bilhões no país até 2026.

Ao ser questionado sobre como deve melhorar a situação da poda de árvores na cidade, responsabilidade da prefeitura, Nunes disse que “a gente precisa ter é o que a gente tem hoje: um plano de contingência e equipe preparada”.

“Foram acometidas árvores sadias por conta dos fortes ventos”, afirmou ao minimizar a ausência de podas. Nunes admitiu que a maioria dos casos de quedas de árvores e galhos não foram resolvidos até a manhã deste sábado. Segundo ele, 40% dos 386 ocorrências estavam solucionadas.

A tempestade que atingiu a cidade de São Paulo na noite de sexta (11) provocou apagão em vários bairros e teve vento recorde na zona sul da capital paulista. No total, 2,1 milhões ficaram sem energia durante a chuva.

A previsão dada pela Enel de cinco horas para o restabelecimento do serviço não foi cumprida, e 14 horas depois, na manhã deste sábado (12), 1,6 milhão de clientes seguem sem luz em locais como Liberdade, na região central; Vila Romana, Pompeia, Pinheiros e Vila Anastácio, na zona oeste; e Vila Mariana, na zona sul.

De acordo com a Defesa Civil estadual, rajadas de 107 km/h em Interlagos, na zona sul, da capital foram as mais fortes já registradas desde 1995 pelo órgão. A velocidade do vento superou os 103,7 km/h de 3 de novembro do ano passado, até então a marca mais alta.



Fonte: Estadão

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