Por: Tânia Nogueira
Claro que nem sempre é possível separar trabalho de diversão quando o seu trabalho envolve vinho. Porém, não existe nenhuma lei que diga que trabalho não pode ser algo divertido. Quer um bom exemplo? A ProWine São Paulo, feira de vinhos, que aconteceu no início de outubro. Foram três dias de muitos brindes, encontros e risadas, mas também de ralação.
A ProWine São Paulo 2024 mostrou o quanto o setor do vinho se profissionalizou no Brasil na última década. Segundo a organização da feira, ela é a maior das Américas. Isso inclui os Estados Unidos, minha gente! De fato, a Provine de Nova York não chega aos pés: em 2024, atraiu 2.634 visitantes. A feira paulistana reuniu 1402 marcas de 34 países e atraiu 15 mil visitantes, todos profissionais do setor. Foi um exemplo de boa organização e profissionalismo de todos os lados.
Frequento feiras de vinho há anos. Algumas falhas são recorrentes. Numa feira de vinhos, por exemplo, os profissionais têm que cuspir o que provam, caso contrário acabam bêbados. Para isso, porém, é necessário que haja cuspideiras disponíveis em quantidade suficiente para todos terem acesso a elas. Isso muitas vezes falta. Então, cansei de sair bêbada: hoje levo um copo para cuspir nele e descartar quando encontro a cuspideira.
Desta vez, como sempre, levei meu copinho. Para minha surpresa, no entanto, havia cuspideiras em cada mesa de degustação e essas mesas não estavam por demais abarrotadas de degustadores (o que dificulta o acesso às cuspideiras e até aos vinhos). Esse foi outro ponto positivo, a feira não estava superlotada.
Dava para a gente conversar com os expositores. Não foi por falta de procura do público. Não havia público pagante. Eram todos profissionais credenciados e a organização foi muito criteriosa na distribuição de credenciais.
No primeiro dia, assim que vi o tamanho da feira, pensei: “Uau! Está tão grande quanto a Expovinis no seu auge!”. A Expovinis, para quem não lembra ou nunca ouviu falar, foi uma feira de vinhos importante que rolou em São Paulo até 2017. No seu auge, segundo a organização, chegou a receber 20 mil visitantes.
Só que existe uma diferença grande entre a Expovinis e a ProWine: a primeira era aberta ao público pagante. Com 50 contos, qualquer um entrava, enchia a cara, fazia tumulto e atrapalhava quem estava trabalhando.
O público perdeu com essa restrição? De jeito nenhum. Toda semana há ótimos eventos voltados ao público comum, feitos para proporcionar prazer e, não, negócios. Tantos que, recentemente, resolvi montar um perfil no Instagram com uma agenda de eventos de vinho em São Paulo, o @vinho_na_cidade. Se estiver procurando o que fazer, vá lá.
Três sugestões:
Em todo caso, para vocês não ficarem tristes de não terem ido à ProWine, ficam aqui dicas de três produtos apresentados na feira que são ótimas compras. O primeiro são as taças da Tanyno glass, oficiais das masterclasses. Lindas, leves e resistentes, têm modelos a partir de R$ 59,00. O espumante Nature da Vinícola Uvva é gostoso, elegante e tem a graça de ter sido produzido na Chapada Diamantina, na Bahia. Custa R$ 169,00 no site da vinícola. Para o calor, que não passa, os vinhos de pinot noir são uma ótima opção de tinto. Podem ser servidos mais fresquinhos. Achei o chileno Tibali Pedregoso Pinot Noir ótimo. Custa R$ 109,00, no site da Casa Flora.
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