Pais ainda preferem dar mesada em dinheiro a criar conta digital – 13/10/2024 – Mercado



Por: Maria Rita Teixeira

Há cerca de um ano, o estudante Enzo Menegaz, 7, recebe sua “semanada” todos os sábados. O dinheiro vai quase exclusivamente para comprar cartas Pokémon e já trouxe um aprendizado: a importância de pesquisar o preço.

“Ele recebe R$ 10, e o pacotinho custa R$ 9,90. Algumas bancas cobram mais, R$ 14. Nesse caso, ele não tem dúvida nem vergonha: diz que não vai levar, porque está caro”, comenta o cineasta Luiz Menegaz, pai de Enzo.

No mês passado, ele deu um passo adiante em suas finanças. Separou roupas, brinquedos e livros para doar. E decidiu vender a bicicleta que não usa mais. Ganhou R$ 400. Nesse momento, seu pai achou que era hora de abrir uma conta para o filho, que agora tem um cartão de débito com senha.

Em breve, o pai espera estudar com o filho possibilidades de investimento. “Vi que nessa conta oferecem muitas opções, acho que só não tem a possibilidade de investir em ações.”

O número de crianças que realizam movimentações bancárias ainda é pequeno. A Serasa, em parceria com o Opinion Box, realizou um levantamento sobre mesada que mostra que o pagamento em dinheiro em espécie (59%) é preferido ante a transferência para conta digital das crianças (23%).

O estudo ouviu 1.540 pessoas maiores de 18 anos responsáveis por crianças e adolescentes de todo o Brasil para entender como abordam assuntos relacionados às finanças da família. As entrevistas foram realizadas de 20 a 30 de setembro de 2024. O resultado tem um intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 2,5 pontos percentuais.

A administradora de empresas Luiza Monteiro Soares, 39, é uma das que preferem realizar os pagamentos em espécie. Sua filha, Helena Monteiro Soares Barreto, 7 anos, começou a receber, semanalmente, R$ 10 no ano passado. Neste ano, como passou a poder comprar lanche no intervalo da escola, as semanadas aumentaram para R$ 20.

“A escola oferece a opção de colocar o dinheiro como crédito no crachá, que funciona na cantina como um cartão de débito. Mas, na reunião em que foi explicado como funcionaria, uma mãe da turma pontuou que quem pudesse deveria fornecer em dinheiro, porque ter que lidar com o troco traz um grande aprendizado para as crianças. Isso fez muito sentido para mim”, comenta Luiza.

A mesada é uma prática que contribui para a consciência sobre dinheiro para 9 em cada 10 pessoas ouvidas no levantamento da Serasa, mas pouco mais da metade (56%) coloca o pagamento em prática. Entre a parcela que ainda não dá nenhum tipo de mesada aos filhos, 27% declaram não ter condições financeiras para isso. Seis em cada dez crianças recebem até R$ 100 mensais.

A educadora financeira do DSOP, Cíntia Senna, 37, afirma que as crianças não devem gastar tudo o que recebem. Uma das formas de fazer isso é estimulá-las a poupar para comprar algo mais caro.

“A mesada é um dos instrumentos da educação financeira. Um ponto que é importante deixar claro é que mesada é doação, não é troca por bom desempenho escolar, colaboração em casa ou pagamento por serviço”, diz Senna. A especialista ressalta que crianças não trabalham e que a colaboração em casa precisa ser estimulada pela boa convivência de todos e não como forma de remuneração.

Sobre o pagamento ser mensal ou semanal, ela recomenda que a família observe a dinâmica com a criança para definir o que é melhor. Um ponto que ela destaca como fundamental é que o dinheiro da semanada não deve ser utilizado pelos pais. “Não pode haver violação da mesada. Os pais não podem pegar emprestado, por exemplo. O dinheiro é da criança, e isso é sagrado.”

Para abrir uma conta para crianças, as instituições costumam pedir:

  • Foto da Certidão de nascimento ou documento de identidade (RG) da criança
  • CPF da criança
  • Informações e documentos dos responsáveis (pai, mãe, tutor);
  • Em alguns casos, é necessário a abertura de conta dos pais na mesma instituição antes de aprovar contas para menores

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Fonte: Estadão

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