O senador Flávio Azevedo (PL/RN)) trata o cenário do segundo turno das eleições municipais em Natal como “muito confortável” para o candidato do partido União Brasil, deputado federal Paulinho Freire. “A presença de Lula aqui em Natal, no meu entendimento, não vai adiantar absolutamente nada”, disse o senador Flávio Azevedo ao “Jornal da Manhã” da Jovem Pan News Natal, na segunda-feira (14), a respeito da vinda do presidente da República, prevista para a noite desta quarta-feira (16), na Zona Norte, a fim de pedir voto para a candidata do PT, deputada federal Natália Bonavides.
Para Flávio Azevedo, Lula até agora “não tem demonstrado, pelo menos para o público do PT de Natal, a menor consideração com relação ao Rio Grande do Norte. Só tem coisas negativas para apontar. Faltou todos os compromissos que assumiu e descumpriu com a governadora Fátima Bezerra (PT)”.
Na avaliação de Flávio Azevedo, o presidente da República “foi desatencioso com a governadora do partido dele, até onde um político poderia ser. Não contribuiu em absolutamente nada para a solução dos problemas do Rio Grande do Norte. Vamos pinçar o problema das estradas. O problema das estradas é um problema que poderia ser resolvido pelo Governo Federal através do DNIT, teve que apelar para um empréstimo para tapar buraco”.
Flávio Azevedo avalia que o deputado Paulinho Freire tem uma forma “de transmitir as ideias, que gera confiança, transmite o que pensa de forma coordenada, não quer causar impactos e nem surpresas, quer se voltar para a administração pública”.
Com relação a candidata Natália Bonavides, o senador acha que a deputada “tem carisma, inegavelmente é uma pessoa carismática, principalmente perante a juventude, mas ela é uma garota, entregar a prefeitura a Natália Bonavides sem nenhuma experiência do executivo, sem nenhuma experiência de gestão pública, digo isso com maior respeito porque realmente eu tenho. Eu tenho essa admiração por ela, pelo seu carisma, sua vontade muito firme de tentar fazer as coisas. Mas ela tem que amadurecer mais um pouco, ela não tem experiência nenhuma e as opiniões dela sobre a administração pública são retrógradas”, disse.
Azevedo exemplifica que a candidata do PT é contra as mudanças que ocorreram no Plano Diretor de Natal: “Ingenuamente parte do pressuposto que todo empresário é predador do meio ambiente ou é desonesto, são opiniões antigas na fala de uma pessoa nova, ela podia ter um discurso mais moderno, o discurso dela é trotskista, de 1917”.
O senador Flávio Azevedo também se disse “surpreso” com o desempenho eleitoral do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PSD), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno e não foi para o segundo, que ocorrerá no domingo (27).
“Não sendo um político militante, não significa muita coisa, mas a minha surpresa de Carlos Eduardo ter ficado de fora do segundo turno, uma pessoa experiente com todas as pesquisas, colocando ele numa situação privilegiada, então isso foi realmente para mim uma surpresa”.
Azevedo também discorreu sobre as obras de engorda da praia de Ponta Negra, que foi retomada e está em andamento depois de uma polêmica sobre a liberação de licenças ambientais e operacionais da parte do Idema.
“Aquilo ali foi um problema político. Não queriam, e eu até se tivesse do outro lado entenderia, mas aquilo é um benefício enorme para Natal, é um benefício enorme para o setor secundário, para o comércio, para o turismo e isso pode ser traduzido por votos”.
Então segundo Azevedo, “politizaram um problema administrativo, o que foi um enorme erro, prejudicando Natal, eu acho que foi um tiro no pé, as desculpas são tão infantis, que mesmo que não entenda de meio ambiente, fica pasmo, porque a areia é diferente da areia que estava projetada para ser utilizada. Pode até haver diferença na granulometria da areia, na coloração da areia, como eu vi através de fotos. Mas isso não é motivo para parar uma obra tão importante quanto aquela e, sobretudo, uma obra que vai proteger o símbolo do Rio Grande do Norte, que é o Morro do Careca, que estava se desmanchando”.
Para Azevedo, “eram exigências descabidas e sofismas incabíveis pela importância da obra. E importantíssima para a Natal. Pode ter alguma consequência, sim, na hora em que faz um aterro, como aconteceu no aterro da Glória, no Rio de Janeiro, isso vai mais na frente e pode gerar um desequilíbrio de avanço do mar, que tem que ser consertado também, como foi feito em Mangaratiba, foi feito em São Sebastião, em São Paulo, então isso é um problema. Que os gestores têm que resolver. Agora, porque vai-se criar um problema, não se resolve um problema grave e urgente, isso não pode prevalecer”.