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14/03/2025

‘Desordem urbana é a regra no Rio de Janeiro’, ao comentar sequestro de ônibus

O secretário estadual de Segurança Pública, Victor César Santos, afirmou, em entrevista à GloboNews, que “a desordem urbana é a regra no Rio de Janeiro”. Ele falava no programa “Estúdio i” sobre a sequência de ônibus sequestrados e usados como barricadas no Itanhangá, na Zona Oeste nesta quarta-feira. O secretário também falou que “o grande desafio” do estado é a “quantidade de armamento na mão de criminosos”, pontuando que o Rio não produz armas.

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— A gente aqui não quer impor responsabilidade a quem quer que seja, muito pelo contrário. Nós queremos é um federalismo de cooperação, onde todos os entes, União, Estado e Municípios, possam atuar de forma a garantir essa paz e tranquilidade para a população — observou Victor.

De acordo com o secretário, a Polícia Militar atuou nesta quarta-feira para “prevenir um mal maior”, como definiu a tomada de territórios pela facção Comando vermelho (CV). Para ele, nesse sentido, a operação foi “exitosa”. Questionado até quando será possível conter o avanço dos criminosos, Victor César falou que o “trabalho de inteligência funciona 24 horas” e que a polícia age preventivamente em caso de indícios de tentativas de invasão, mas não prometeu sucesso na operação:

— Garantia 100% a gente não tem como dar. Segurança Pública é um corpo vivo. Nós temos realidades completamente diferentes de manhã, à tarde, à noite e na madrugada.

Secretário de Segurança Pública, Victor César Santos — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo / 07-03-2024

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Sobre o sequestro dos coletivos, Victor César ressaltou que os criminosos bloquearam o trânsito para atrapalhar o avanço da polícia na região. Mas que isso seria “mitigado” se a operação fosse planejada, o que não foi possível, de acordo com o secretário, por conta da detecção de uma tentativa de invasão, que motivou o deslocamento de agentes para o local.

Apesar de não ter havido tiroteios, o secretário afirmou que há informações de que criminosos fugiram por regiões de mata. No primeiro momento, segundo ele, o esforço da polícia foi para “garantir a segurança das pessoas que transitavam naquele local” e desobstruir as vias. O próximo passo é a busca por armas e também por esses bandidos.

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Controle do solo e desordem

Ao falar da desordem urbana, Victor mencionou que o Rio é um “estado pequeno”, mas que tem mais de 1,9 mil comunidades. Ele ressalta que “o controle do solo tem um ente responsável” e que, por isso, tenta fazer uma integração com todos os entes da federação. Segundo a constituição, é uma atribuição municipal “promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano”.

O secretário de Segurança também foi questionado sobre os prédios construídos por traficantes e milicianos. Para ele, as comunidades viraram “uma zona franca” dos criminosos, mas afirmou que o trabalho policial “acaba sendo a posteriori”, para identificar quem construiu ou de quem é o terreno, por exemplo

— O tráfico aprendeu com a milícia a questão de exploração desses outros tipos de serviços. A construção civil, o loteamento irregular é um deles. Um prédio desses demora muito tempo. E nisso não há qualquer controle por quem deveria controlar.

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Chaves dos ônibus levadas por criminosos

Nove ônibus foram sequestrados e usados como barricada no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio, nesta quarta-feira por duas horas. Os criminosos desapareceram com as chaves dos veículos, e os passageiros desceram, ficando retidos apenas os ônibus. A região vive uma disputa de território entre milicianos e traficantes do Comando Vermelho. Há equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (Recom) no bairro.

Em entrevista à Globonews TV, a tenente-coronel Claudia Moraes, porta-voz da PM, afirmou que não há relatos de prisões nem material apreendido. Ela contou que um dos motivos para a operação policial foi evitar confronto de criminosos que disputam o controle das favelas da região.

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— Estamos verificando uma instabilidade em comunidades como Cesar Maia, Tijuquinha e Morro do Banco. Essa região da Zona Oeste está sendo alvo de disputas de fações rivais. Temos uma geografia criminal no Rio em que há mudanças que ocorrem em função dessas guerras por domínio territorial — disse.

A tenente-coronel também afirmou que os setores de inteligência da PM está monitorando as possíveis rotas de fuga dos criminosos, inclusive pela área de mata que cerca a região.

— O que percebemos é que assim que houve a entrada do Bope fizeram esse tipo de retaliação e represaria, geralmente indicando que a polícia se aproximou de um alvo estratégico. Quando há uma reação dessa dimensão é porque estão tentando proteger alguma coisa — afirmou.

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Segundo a Rio ônibus, os ônibus circulavam em Jacarepaguá e foram sequestrados e usados como barricadas. Os veículos são das linhas 878 Tanque x Barra da Tijuca, 557 Rio das Pedras x Copacabana, 557 Rio das Pedras x Copacabana, 557 Rio das Pedras x Copacabana, 550 Cidade de Deus x Gávea, 878 Tanque x Barra da Tijuca, 863 Barra da Tijuca x Rio das Pedras. Após serem manobrados, os ônibus foram enfileirados ao longo da Estrada da Barra da Tijuca.

Após serem manobrados, os ônibus foram enfileirados ao longo da Estrada da Barra da Tijuca — Foto: Márcia Foletto
Após serem manobrados, os ônibus foram enfileirados ao longo da Estrada da Barra da Tijuca — Foto: Márcia Foletto

“Nos últimos 12 meses, já foram 130 veículos sequestrados. Todas as linhas que circulam pela região estão sofrendo desvios de itinerário. A recorrência dos casos reitera a necessidade de ações efetivas por parte das autoridades de segurança pública do Rio de Janeiro”, informou o sindicato que representa as empresas.

Em 2024, até o momento, 95 ônibus foram sequestrados para serem utilizados como barricadas e oito foram incendiados.

Também na Zona Oeste do Rio, próximo à favela Cesar Maia em Vargem Pequena, há protestos e manifestantes colocaram fogo em objetos nas vias do entorno. Em nota, a Polícia Militar informou que policiamento segue reforçado com o militares do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom).

  • 2 ônibus da linha 878 (Tanque—Barra da Tijuca)
  • 5 ônibus da linha 557 (Rio das Pedras—Copacabana)
  • 1 ônibus da linha 863 (Barra da Tijuca—Rio das Pedras)
  • 1 ônibus da linha 550 (Cidade de Deus—Gávea)

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