Karina Matias
O influenciador Ivan Baron se mostra preocupado com o anúncio feito pela Meta nesta semana sobre a sua nova política de moderação de conteúdo. Ele, que tem paralisia cerebral e é membro da comunidade LGBTQIA+, afirma que as falas do CEO da empresa, Mark Zuckerberg, são “mais um aval” para que o preconceito “seja institucionalizado” nas redes.
Hoje com 521 mil seguidores no Instagram, Ivan ficou nacionalmente conhecido ao ser uma das pessoas que entregaram a faixa de presidente para Lula (PT), em 2022.
Recentemente, ele fez um vídeo denunciando ataques e ofensas que já sofre no Instagram por causa da sua deficiência, da sua sexualidade e da maneira como se expressa. Para ele, esses discursos de ódio tendem a aumentar após a decisão da Meta (que detém WhatsApp, Instagram e Facebook). “Quando o próprio criador da rede afirma que vai flexibilizar [esse controle], vai fechar os olhos para isso, é uma tremenda falta de responsabilidade.”
“A gente sabe que, no final das contas, eles vão acabar lucrando com todo esse preconceito, esse capacitismo, essa LGBTfobia e racismo.”
No início da semana, Zuckerberg anunciou o fim do programa de checagem de fatos da Meta. Ele também criticou tribunais da América Latina e disse que trabalhará com o presidente eleito Donald Trump (EUA) “para resistir a governos ao redor do mundo que estão perseguindo empresas americanas e pressionando por mais censura”.
Em vídeo publicado em sua conta no Instagram, Zuckerberg afirmou que a Meta diminuirá restrições a temas como “imigração e gênero”, embora não tenha ficado claro qual será a abrangência das mudanças de política de conteúdo. Disse ainda que deixarão de ser usados filtros para detecção automatizada de conteúdo nocivo com “violações de baixa gravidade”. A análise nesses casos passará a depender de denúncias de usuários.
Ivan afirma que seguirá atuando como “influenciador da inclusão”, produzindo vídeos e publicações para desmistificar o capacitismo. Ele ainda questiona o porquê de as big techs não incentivarem um tipo de conteúdo que seja responsável socialmente. “Eu enfrento isso todos os dias, sei que é muito mais difícil a gente criar conteúdo para informar, para ensinar do que virais que, na maioria das vezes, são discursos de ódio.”
O influenciador é a favor de que o governo crie uma legislação para regulamentação das redes sociais. “O pessoal também está criando muita fake news dizendo que o Xandão [o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes] vai fechar tudo. Mas também, se for necessário, que feche. A gente precisa ter mais segurança virtual. Não pode usar as redes sociais a qualquer custo”, afirma.
“Quando eu recebo alguma mensagem dizendo, ‘vai se lascar, aleijado’, fico com medo até mesmo de sair de casa”, acrescenta.
Nesta sexta (10), após reunião no Palácio do Planalto, o ministro Jorge Messias (AGU) disse que o governo não permitirá que redes sociais se transformem em “barbárie digital” e disse que solicitará à Meta explicações sobre a nova política.
“Em razão da ausência de transparência dessa empresa, nós apresentaremos uma notificação extrajudicial, e a empresa terá 72 horas para informar o governo brasileiro qual é de fato a sua política para o Brasil”, disse.
Além disso, o ministro Rui Costa (Casa Civil) também disse que o governo continuará discutindo um novo arcabouço legal para regulamentação das redes sociais em um grupo de trabalho, que também será criado.
PALCO
O diretor Zaqueu Machado recebeu convidados para a estreia da peça “Pé na Estrada”, no Teatro UOL, em São Paulo, na quarta-feira (8). A atriz Adriana Lessa prestigiou o evento. O elenco contou com as atrizes Maria Julia Ruivo e Delta de Negreiros, além do ator Felipe Mour.
com IVAN FINOTTI (Interino), KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.