Por: Eduardo Gayer
A Assembleia-Geral da ONU de 2024 representou uma escalada nas tensões entre Brasil e Israel. Nesta sexta-feira, 27, a delegação brasileira se retirou do plenário antes de o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ser chamado a discursar. Há três dias, os representantes do governo israelense não aplaudiram o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado por críticas à guerra na Faixa de Gaza.
Interlocutores da embaixada de Israel no Brasil receberam o gesto do País – uma orientação direta do Itamaraty – com perplexidade. Procurado, o embaixador Daniel Zonshine não quis comentar. Integrantes do governo Lula afirmaram nos bastidores que a medida foi necessária após a morte de dois brasileiros com os ataques de Israel ao Líbano no conflito com o Hezbollah.
A crise diplomática entre o governo petista e o de Binyamin Netanyahu começou quando o presidente comparou as mortes de civis palestinos na guerra na Faixa de Gaza ao Holocausto, numa metáfora considerada muito ofensiva pelos judeus.